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Tomás da Cunha

Tomás da Cunha

Analista e comentador de futebol

Canto para o Palmeiras – a marca de Abel e o fenómeno Endrick

A dúvida para desfazer, nos próximos tempos, é se Abel vai à procura de mais no Palmeiras, escreve Tomás da Cunha, ao analisar os feitos do português que já está, por direito próprio, entre os treinadores históricos do ‘Verdão’, obtendo títulos e registos difíceis de superar

Tomás da Cunha

Sebastiao Moreira/Lusa

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Quando a temporada começou, era altamente provável que um treinador português vencesse o Brasileirão. O Flamengo apostou em Paulo Sousa, ainda com Jesus na memória. No Palmeiras, Abel continuava um trabalho de longo prazo – especialmente no contexto do país – e tinha o objetivo de alcançar o título em falta. Juntamente com o Atlético Mineiro, eram os maiores candidatos. Vítor Pereira, mesmo chegando a um emblema com a dimensão do Corinthians, não tinha as mesmas armas para essa luta. O mérito do Verdão não está apenas na conquista do campeonato, mas na facilidade da caminhada. Desde cedo se percebeu que só havia um desfecho possível, pela regularidade do agora campeão e pela instabilidade nos adversários diretos.

Depois do êxito internacional, com duas Libertadores consecutivas, questionava-se se Abel teria capacidade de completar o trabalho com o Brasileirão. No fundo, provando que o Palmeiras não era só um “time de Copas”. Consistência é a palavra-chave. Houve poucas oscilações exibicionais ao longo da temporada e os resultados não destoaram. De resto, ainda está intacta a hipótese de terminar sem derrotas fora de casa, o que seria verdadeiramente impressionante num calendário tão sobrecarregado. Ao que tudo indica, vai terminar com o melhor ataque e com a melhor defesa do campeonato, podendo ainda superar o número de pontos das equipas campeãs em 2016 e em 2018.

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