Jornalista
A primeira etapa do Giro coincidiu com um daqueles dias em que Tadej Pogacar veio cá abaixo, ao mundo dos humanos, experimentar como é que é não voar na bicicleta. Há poucas ocasiões destas e Jhonatan Narváez foi o mais astuto a aproveitar, ganhando a possibilidade de ser o primeiro camisola rosa da Volta à Itália.
No Colle della Maddalena, a subida situada a 30 quilómetros do final e que definiria os destinos da corrida, era sabido ser possível fazer diferenças. Na última vez, que o Giro por lá tinha passado, pelo menos, foi isso que se verificou. Pogacar, em estreia na corrida italiana, mostrou hesitação nos momentos decisivos, em especial em San Vito, onde a inclinação chegava a ser de 16%. Ainda que tenha sido o esloveno a destruir o grupo principal depois de ter sido largado por Rafal Majka, colega da UAE Emirates, colaram-se a ele até final Jhonatan Narváez, da Ineos Grenadiers, e Maximilian Schachmann, da Bora-hansgrohe, nenhum dos dois líder das respetivas equipas.
A vitória final discutiu-se ao sprint entre o trio. O equatoriano foi quem levou a melhor com Pogacar a ficar em terceiro e a ver a vitória escapar-lhe ao estilo do que aconteceu na Milão-Sanremo. O ciclista da Ineos Grenadiers lidera agora a classificação geral com três segundos de vantagem face a Maximilian Schachmann, devido às bonificações.
“Foi uma loucura seguir o homem mais forte do pelotão”, disse Narváez no final, referindo-se a Pogacar. “As pernas ainda doem”. Que recupere, porque esta foi apenas a primeira das 21 corridas do Giro.
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