Perfil

Ciclismo

No Giro do salve-se quem puder, Tao Geoghegan Hart abandona devido a queda e João Almeida sobe ao 3.º lugar

A 11.ª etapa da corrida voltou a ser marcada pelo mau tempo e pela saída de cena de uma figura de peso. Após um incidente que também levou o líder Thomas e Roglic (2.º) ao chão, Tao, vencedor da corsa rosa em 2020, teve de ser retirado de maca. Almeida, que sobreviveu a mais uma jornada, voltou ao pódio e Pascal Ackermann, companheiro do português, venceu ao sprint

Pedro Barata

Tim de Waele/Getty

Partilhar

Por muito que os primeiros dias da presente edição do Giro tivessem armadilhas consideráveis, um olhar não muito atento ao perfil das etapas sugeria que a decisão da corrida italiana estaria na terceira semana, palco de diversas jornadas de montanha do mais duro que há. No entanto, o mau tempo, as quedas e a covid-19 estão a fazer de etapas teoricamente acessíveis verdadeiras provas de sobrevivência, testes à resiliência e sorte dos ciclistas.

O vírus atirou o então líder Remco Evenpoel para fora da corrida e voltou a fazer das máscaras obrigatórias, abandonando outros quatro colegas do belga a corsa rosa. Depois do dia de descanso, a 10.ª etapa viu Aleksandr Vlasov, candidato a um lugar final entre os melhores, sair da competição, e a 11.ª tirada foi pelo mesmo caminho.

Os longos 219 quilómetros entre Camaiore e Tortona, sem dificuldades de maior, voltaram a ter o cinzento a dominar o céu, em linha com o que se tem vivido em Itália e que até obrigou ao cancelar do GP de Fórmula 1. E, num Giro que se está a definir por uma espécie de salve-se quem puder, de último homem a ficar em pé perante as adversidades do clima ou do vírus, a jornada fez outra vítima de peso.

A cerca de 66 quilómetros do fim, uma queda levou os três primeiros da geral ao chão. Geraint Thomas (INEOS), o camisola rosa, voltou à marcha sem problemas de maior, tal como Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o segundo classificado a cinco segundos do vencedor do Tour de 2018. No entanto, Tao Geoghegan Hart, terceiro à geral e também da INEOS, não conseguiu voltar à corrida e abandonou o Giro, tendo mesmo de ser retirado de maca.

Também Pavel Sivakov, oitavo antes do começo do dia, teve problemas para recolar no pelotão e perdeu muito tempo. O espanhol Óscar Rodríguez, da Movistar, sofreu também uma queda arrepiante e tornou-se no 36.º abandono de uma corsa rosa que só agora entra na segunda metade.

Com a saída de cena de Tao, João Almeida volta aos lugares do pódio. O português da UAE-Emirates escapou às incidências do dia e é agora terceiro, mantendo-se a diferença de 22 segundos que tinha para Geraint Thomas, camisola rosa.

A 12.ª etapa foi vencida ao sprint por Pascal Ackermann, colega de João Almeida na Emirates. O alemão deixou Jonathan Milan, da Bahrain, em segundo, apesar de uma recuperação incrível do italiano nos metros finais.