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Ivo Oliveira, o outro português da UAE-Emirates que vai proteger João Almeida até aos últimos 3 km de etapas com chegada ao sprint da Vuelta

O ciclista português integra a equipa da UAE-Emirates para a Volta a Espanha e admitiu que "o principal foco" é ajudar João Almeida a chegar "ao melhor lugar possível" na classificação geral da prova que arranca esta sexta-feira, em Utrecht, nos Países Baixos

Lusa

Dario Belingheri/Getty

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O ciclista português Ivo Oliveira vai dividir as funções na UAE Emirates, a partir de sexta-feira na Volta a Espanha, entre o apoio ao compatriota João Almeida, líder à geral, e ao ‘sprinter’ alemão Pascal Ackermann.

“Temos ambições muito claras: levar o João ao melhor lugar da geral possível, e ele já demonstrou que está em boa forma. Será o nosso principal foco. (...) E depois levar o Ackermann à discussão de algumas etapas ao ‘sprint’”, explica, em entrevista à agência Lusa.

Segundo o corredor de 25 anos, natural de Vila Nova de Gaia, proteger Almeida até aos últimos três quilómetros nas etapas que podem ser discutidas ao ‘sprint’ é o primeiro objetivo, seguindo-se depois a ajuda ao colombiano Juan Sebastián Molano, ‘lançador’ de Ackermann, e ao velocista alemão.

De regresso à Vuelta, na qual se estreou em 2020 com alguma “liberdade” para tentar integrar fugas e outras movimentações, essa situação está longe da 77.ª edição, na qual tem o trabalho em prol dos líderes como única responsabilidade.

A prova arranca sexta-feira em Utrecht, nos Países Baixos, com um contrarrelógio por equipas, um evento cada vez mais raro no calendário velocipédico mundial, razão pela qual Oliveira está “bastante curioso e ansioso, no bom sentido da palavra”, até por ser “um esforço parecido à pista”, na qual este está habituado a dar cartas.

“É quase uma perseguição por equipas em grande escala. Vai ser daqueles esforços curtos, intensos, em que vamos ter 15 a 20 segundos na frente, temos de vir para a roda, e mesmo aí é a sofrer, para depois entrar [de novo na frente] em um minuto ou dois. É um daqueles esforços de que gosto, com que me identifico”, comenta.

De resto, o irmão gémeo de Rui Oliveira, seu companheiro de equipa na seleção de pista e na UAE Emirates, ‘passou’ “pela covid-19 há 15 dias, três semanas”: “Felizmente, não tive sintomas grandes”.

Depois de “descansar um pouco”, conversou com a equipa, e em conjunto analisaram os dados e descobriram o luso numa “forma muito boa”.

Depois da Vuelta, que acaba em 11 de setembro, Ivo Oliveira não esconde a ambição dupla de representar Portugal em dois Mundiais de ciclismo: de 18 a 25 de setembro em Wollongong, Austrália, na estrada, e depois em outubro em Saint Quentin, França, na pista.

“O Mundial de estrada também é um objetivo, mas não depende de mim, depende do selecionador. Acho que vou sair em boa forma da Vuelta, o percurso assenta muito bem tanto a mim, ao meu irmão, como ao João, e podemos ser uma boa ajuda para ele no Mundial”, analisa o jovem ciclista.

O Mundial de pista, depois, “é outro objetivo”, a caminho dos Jogos Olímpicos Paris2024, até pelo “sabor amargo” que ficou pela qualificação para Tóquio2020 que foi gorada por “azares e quedas” dos irmãos.

Os bons resultados que obtiveram na Taça das Nações, além do quarto lugar que apelidou de “espetacular” conseguido por Diogo Narciso e Iúri Leitão no madison dos Europeus, já este mês, deixam boas indicações para o esforço de qualificação.

“A sensação que temos é que vamos conseguir ir aos Jogos e discutir uma medalha. Cada vez provámos mais (...) Estamos ao nível dos melhores do mundo”, afirma, confiante.

A 77.ª edição da Volta a Espanha arranca sexta-feira nos Países Baixos e termina em 11 de setembro em Madrid.