Numa noctívaga conferência de imprensa, foi Rui Costa a anunciar a saída do treinador. A derrota contra o Qarabag e o empate frente ao Santa Clara ajudaram à decisão do presidente encarnado, preocupado em "não hipotecar a época"
Jornalista
"Quando o presidente sentir que não tem o apoio dos adeptos e eu sou o responsável, o Benfica só me paga até esse dia.” Por mais fatalistas que parecessem as palavras após a derrota com o Qarabag, Bruno Lage recusava-se a assumi-las como uma despedida. "Temos que ser autocríticos."
O malfadado jogo de estreia na Liga dos Campeões terminou e a noite ia longa quando a informação começou a ser avançada: Bruno Lage deixou de ser treinador de Benfica. A noctívaga conferência de imprensa de Rui Costa assim o confirmou. "Acabámos de chegar a acordo com Bruno Lage que deixa de ser treinador do Benfica hoje", afirmou o dirigente.
Segundo a generalidade da imprensa desportiva, José Mourinho é o nome desejado por Rui Costa para suceder a Bruno Lage no comando do clube da Luz. "Era o momento de alterar. Contamos, no sábado, já ter o novo treinador no banco", disse Rui Costa sem anunciar o Special One.
Ao fim de 377 dias, terminou a segunda passagem do setubalense de 49 anos. O técnico juntou uma Taça da Liga e uma Supertaça ao campeonato conquistado em 2018/19.
A decisão de Rui Costa surge na sequência de "uma semana pesada e dura" em que o Benfica empatou com o Santa Clara (1-1) e perdeu com o Qarabag (3-2). "Estes dois jogos deixaram uma marca, temos que tentar mudar de rumo", avançou. O líder máximo da estrutura defende-se referindo que está preocupado em "não hipotecar a época" pelo que a troca não é uma manobra de campanha eleitoral: "Não estou aqui para salvar cargo nenhum."
Para Bruno Lage, ficou o agradecimento para o "fez ou tentou fazer pelo Benfica".
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