Roger Schmidt: “Estamos felizes com o António Silva e o João Neves na seleção. Continuam humildes e não se acham os melhores”

“Já demonstraram que podem jogar bom futebol esta época, tiveram azar em alguns momentos, precisamos de estar concentrados, é um jogo muito importante para nós antes da paragem de seleções, estamos ansiosos, o treino correu bem, estamos prontos para amanhã [sábado].”
“Não é uma mensagem para o grupo. Eu percebo o João, não tem jogado muito esta época, está desapontado, entendo isso a 100%, às vezes não é fácil ser justo para todos os jogadores, tenho de tomar decisões e ele ficou muitas vezes fora da equipa. O que não posso aceitar é se isso afeta a motivação e a performance no treino, isso é uma regra para todos os jogadores, até quando estão numa situação pessoal difícil tem de ser profissionais no treino e dar tudo. Podem ficar chateados comigo, a decisão é sempre minha. Falei com o João, está feito e clarificado, é um jogador normal no plantel, tal como todos os outros.”
“Ele está sempre feliz, até quando não é chamado para as seleções nacionais. Quando ele calça as chuteiras e toca na bola, está sempre feliz. É um jogador que ama muito o futebol, em todos os segundos. Ser convocado para a seleção é uma grande recompensa e honra para ele, anda não falei com o João, tive de vir para aqui, mas estamos felizes com o António [Silva] e o João Neves por serem dois jogadores do Benfica Campus chamados para uma grande seleção da Europa, como é Portugal, que é uma das melhores na minha opinião.
Significa que temos dois muito bons jogadores desenvolvidos pela nossa formação, é justo, ambos jogam a um nível muito alto e têm uma mentalidade muito focada na equipa, abraçam muita responsabilidade e trabalham no duro. E têm muita qualidade, caso contrário não seriam convocados para a seleção. As suas personalidades são top, continuam humildes e não se acham os melhores.”
“Fisicamente acho que não há problema. Tem trabalho muito forte, já teve oportunidades para marcar e já o disse que não é assim tão fácil um avançado adaptar-se rapidamente à posição no nosso estilo de jogo, especialmente se não fez a pré-época. Agora temos de tentar integrá-lo para que tenha boas sensações no campo, com todas as tarefas que tem com a bola, sem a bola, para encontrar espaços… Estava mais habituado a ser um avançado centro com dois extremos e muitos cruzamentos, feitos cedo na jogada, agora tem mais jogadores à volta e maior envolvimento em combinações, penso que precisas de tempo. Temos esse tempo, estamos a jogar bem, perdemos alguns jogos esta época, mas penso que estamos no bom caminho. Não a um nível top, top, mas a fazer o suficiente para ganharmos jogos e integrar jogadores como o Arthur.”
“Não há uma regra de ouro sobre o que é correto, ajustas quando tens de ajustar. De momento, não estamos a um nível top e, por isso, o equilíbrio no jogo não é perfeito, esta época está-nos a custar jogar os 90 minutos a um nível técnico seguro e top, daí os adversários criarem mais oportunidades contra nós. Temos de melhorar isso. Já demonstrámos futebol ofensivo fantástico, com muitas chances criadas, mas, depois, às vezes paramos em termos de intensidade e foco no campo. A nossa principal missão é aumentar a fiabilidade da nossa intensidade e a qualidade top durante os 90 minutos. É o maior problema. Se os jogadores estiveram no seu nível máximo, não tens de mudar; mas, se não estiverem, claro que tens de mudar, não podes jogar com futebolistas que não estejam na sua melhor forma - há outros jogadores nos treinos. É por isso que dou oportunidades a outros e depois vemos qual é a melhor equipa para jogar.”
“Estão fora do jogo de amanhã, de certeza. Mas não têm lesões graves, esperamos que após a paragem de seleções regressem aos treinos e possam jogar.”
“É um facto que já perdemos três e, a época passada, foram só quatro. É sempre difícil comparar temporadas e ser melhor do que a anterior, quase atingimos o recorde de pontos o ano passado [no campeonato], mas tivemos o recorde de pontos na fase de grupos da Liga dos Campeões, jogámos os quartos de final, marcámos um número recorde de golos. Repetir isso tudo é muito difícil. Se nos lembrarmos da última época, ganhámos tantos jogos seguidos e sofremos tão poucos golos, foi uma temporada incrível, mas perdemos alguns jogadores se agora temos de encontrar o equilíbrio certo outra vez, além de conseguirmos jogar a um nível consistente. Comparar com a última época e repetir isso nas próximas será muito difícil.”
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