O dia 7 de abril pode estar recente na memória, mas para o Benfica está distante na comparação entre o momento emocional que se vivia então e o que se respira agora na equipa de Roger Schmidt. Naquela sexta-feira, ao minuto 10 do embate contra o FC Porto, o marcador mostrava uma vantagem, por 1-0, das águias.
À condição, o resultado aumentava para 13 pontos a vantagem no topo da I Liga para um conjunto que disputava o 46.º encontro da temporada, só tendo perdido um dos 45 anteriores. A margem para reconquistar o campeonato parecia confortável, já que depois do clássico só ficavam 24 pontos por disputar. Com a Luz cheia, aguardava-se, também, com algum otimismo, a receção ao Inter, que poderia encaminhar a presença nas meias-finais da principal competição continental pela primeira vez desde 1990.
Poucos dias passados, o estado de ânimo no Benfica é totalmente diferente. Na verdade, dista bastante do que se foi vivendo desde o verão no clube, embalado pelas 13 vitórias de Schmidt nos 13 primeiros jogos como técnico, pela vantagem que cedo foi ganha na I Liga e pela excelente campanha europeia.
Em oito dias, o Benfica perdeu três vezes, número três vezes superior ao registado nos primeiros 45 desafios de 2022/23 e a primeira ocasião em que os lisboetas são derrotados em tantos jogos de seguida desde outubro de 2018; a vantagem no campeonato, que era de 10 pontos, passou, em duas jornadas, para quatro; na Liga dos Campeões, é preciso ir a Milão dar a volta à derrota por 2-0 de Lisboa; são já 260 minutos sem qualquer golo do Benfica — desde o marcado ao FC Porto — e 314 minutos sem um golo de um jogador do Benfica, desde o festejo de Gonçalo Ramos frente ao Rio Ave, já que no clássico a madrugadora vantagem no marcador se deveu a um auto-golo de Diogo Costa.