A 13 de maio, a temporada 2021/22 do Benfica terminava com um triunfo, por 2-0, contra o Paços de Ferreira. Um daqueles jogos de final de época, quando todos já parecem mais com a cabeça na areia do que na relva, colocava um ponto final numa campanha em que o clube da Luz não alcançou nenhum dos seus objetivos.
Começando com Jorge Jesus e terminando com Nélson Veríssimo, o Benfica concluiu a I Liga, pela segunda temporada seguida, no terceiro lugar, a uns longínquos 17 pontos do FC Porto. Ambas as taças foram perdidas em confrontos diretos com os rivais — a Taça de Portugal contra o FC Porto, a da Liga frente ao Sporting — e o melhor foi mesmo a prestação na Liga dos Campeões, com a chegada aos quartos-de-final.
Seis dias antes da tal vitória pouco significativa em Paços, o Benfica perdeu em casa contra o FC Porto. O 11.º desaire da época formalizou o título dos dragões e foi como um selar simbólico de um ano falhado, no qual as alegrias não ficaram no Estádio da Luz.
A 24 de maio, quando os ecos dos festejos do golo de Zaidu ainda estavam bem audíveis, Roger Schmidt aterrou em Lisboa. “Quem gosta de futebol, gosta do Benfica” foi a frase de apresentação utilizada pelo alemão, qual piscar de olho ao orgulho ferido do clube.
Das palavras aos atos, 143 dias depois daquele chegada à Portela a realidade das águias mudou drasticamente. O Benfica, que vinha de perder 11 partidas em 2021/22, está invicto em 2022/23, liderando a I Liga com mais três pontos do que o FC Porto, mais seis que o Sporting de Braga e mais nove que o Sporting. Na Liga dos Campeões, superadas as pré-eliminatórias sem dificuldades de maior, a equipa de Schmidt divide a liderança do Grupo H com o PSG, depois de não perder nenhuma das duas partidas que disputou contra a galáxia de Neymar, Mbappé e Messi e de bater, em Turim, a Juventus.
Em cinco meses, o técnico germânico restaurou o orgulho e a competitividade dos lisboetas.