Basquetebol

Dificuldades na inscrição de jogadores estrangeiros adia início da liga de basquetebol

Dificuldades na inscrição de jogadores estrangeiros adia início da liga de basquetebol
ANTÓNIO COTRIM

As imposições da nova Lei da Imigração levaram a que vários estrangeiros ainda não tenham a sua situação regularizada. Após comunicado conjunto dos 12 clubes, a federação acordou não arrancar com a competição, esperando-se que a "a situação seja resolvida nos próximos dias para que a segunda jornada [prevista para 12 de outubro] decorra dentro da normalidade”

A Liga masculina de basquetebol, que devia começar hoje, com a primeira jornada, foi adiada, anunciou a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), depois de um comunicado conjunto dos 12 clubes que participam na prova.

“Ponderada a posição apresentada pelos clubes ao longo das últimas reuniões, e tendo em consideração os argumentos pelos mesmos apresentados, decidiu a Federação Portuguesa de Basquetebol proceder ao adiamento do início da Liga”, diz o comunicado federativo.

Os 12 clubes participantes na prova, também em comunicado, informaram que “decidiram, por unanimidade, não comparecer nos seis jogos da primeira jornada da Liga Betclic Masculina 24/25, tendo a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) aceitado reagendar tais jogos para datas a acordar”.

Este adiamento deve-se à renovada Lei da Imigração, que foi aprovada a 3 de junho e que obriga os clubes a terem os documentos dos jogadores estrangeiros regularizados, autorização de residência e contrato de trabalho dos atletas.

No comunicado, os clubes afirmam que apesar de terem feito tudo para cumprir as regras, encontram-se em situações muito diferentes, pois alguns clubes ainda não têm a autorização para os jogadores estrangeiros competirem.

“Por esse motivo, uma vez que nenhum dos 12 clubes pretende jogar em situação de vantagem indevida perante os outros, foi tomada a decisão descrita”, pode-se ler no comunicado, no qual os clubes dizem esperar que “a situação seja resolvida nos próximos dias para que a segunda jornada [prevista para 12 de outubro] decorra dentro da normalidade”.

Desta forma, os emblemas do principal escalão do basquetebol nacional "apelam às Autoridades, por um lado, sensibilidade face ao contexto particular do basquetebol — atrasos nos Estados Unidos na emissão dos documentos atempadamente requeridos por atletas e clubes - e, por outro, consistência de procedimentos e cumprimento dos prazos estabelecidos em protocolo”, diz ainda o comunicado dos 12 clubes.

Por causa da nova Lei da Imigração, na Supertaça masculina o FC Porto não contou com os norte-americanos Devyn Marble e Wesley Washpun, enquanto na Supertaça feminina, o Benfica contou apenas com uma atleta norte-americana.

No final do comunicado, os clubes apelam a todos os adeptos dos diferentes clubes e aos simpatizantes da modalidade que compreendam a decisão de último recurso, pois foi tomada pela defesa da verdade desportiva.

A Federação Portuguesa de Basquetebol esclarece que “assinou um protocolo relativo à agilização de procedimentos para a concessão de autorização de residência a atletas e treinadores profissionais”. No entanto, o prazo máximo de dois dias referido no acordo com a AIMA “nem sempre se tem verificado”.

O jogadores norte-americanos são os principais afetados visto que “o protocolo prevê ainda a submissão de um certificado de registo criminal devidamente apostilado no país de origem, apostilha essa que, no caso dos Estados Unidos da América, tem um prazo de entrega previsto entre 4 a 6 semanas”. A Federação Portuguesa de Basquetebol lamenta que os clubes estejam a “suportar salários e outras despesas de atletas”, para já, ainda não podem utilizar em competição.

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