O Rio Ave revelou, esta quinta-feira, que soube de “alguns comentários circunstanciais” reportados por “atletas” do clube no final de 2020/21, quando Miguel Afonso orientou a equipa feminina e época a que reportam as denúncias dos casos de assédio sexual noticias pelo jornal “Público”. Em comunicado, os vila-condenses acrescentam o técnico, na altura e confrontado com o assunto, “negou tais situações” e “a pedido das atletas” o tema “não teve seguimento”.
As queixas das jogadoras referiam-se a “alegadas abordagens despropositadas do treinador” e apesar do “rendimento positivo” da equipa nessa temporada - conseguiu a promoção à II divisão nacional de futebol feminino -, o Rio Ave “entendeu que a gestão do grupo e as metodologias não eram consensuais e adequadas”. Como tal, concluiu que não estavam “reunidas as condições para a continuidade” do treinador e “encerrou a ligação” com Miguel Afonso.
Saído do clube, o técnico rumou à Ovarense, cuja equipa feminina disputaria, na última época, a mesma Série Norte da II Divisão na qual terminou em 6.º lugar nessa primeira fase (ganha, precisamente, pelo Rio Ave). Em resposta à Tribuna Expresso, o clube de Ovar apenas indicou não ter “nada a relatar sobre o tema” e que, durante a referida temporada, não teve conhecimento de alegados casos de assédio sexual “tanto para frente como para trás” do percurso do treinador.
No comunicado em que reagiu às denúncias, o Rio Ave informou ainda que, do seu conhecimento, “não foi realizada qualquer queixa formal e oficial de nenhuma atleta junto das autoridades”. A Federação Portuguesa de Futebol, também esta quinta-feira, já anunciou que vai abrir um processo disciplinar aos alegados casos de assédio sexual. No seu site, a entidade que regula todas as provas de futebol feminino no país tem um canal para denúncias anónimas.