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A casa às costas

“Na mesma semana, passei de pensar que ia ter de ser trolha como o meu pai para assinar contrato profissional como jogador de futebol”

“Na mesma semana, passei de pensar que ia ter de ser trolha como o meu pai para assinar contrato profissional como jogador de futebol”
Bpa Agency

Nasceu na Córsega e cresceu com o prazer de jogar à bola, mas a acreditar que ia acabar a trabalhar nas obras como o pai, emigrante português. O destino mudou-lhe os planos e após 11 anos no AC Ajaccio, Claude Gonçalves tornou-se profissional de futebol, fazendo do meio-campo a sua sala de estar. A vinda para Portugal, onde só costumava passar férias, para jogar no CD Tondela, abriu-lhe os horizontes e levou-o a apaixonar-se pelo futebol e pelo país, ainda que tenha voltado a França uma época, antes de ingressar no seu amado Gil Vicente

Nasceu em Ajaccio, na Córsega. É filho de emigrantes?
Sim, os meus pais são portugueses e foram trabalhar para França, há 35 anos. O meu pai trabalhava na construção e a mãe nas limpezas. O clássico.

É filho único?
Tenho uma irmã e um irmão mais velhos que nasceram em Portugal. Fui o único que nasceu em França.

Qual a sua primeira memória de infância?
É dos meus amigos na Córsega e de uma infância que foi muito boa. Depois do almoço a minha mãe deixava-me com os meus amigos na rua, deixava um dinheirinho e eu jogava a tarde toda, às quatro ia lanchar umas bolachas e continuava a jogar. Nunca fui adepto de ver futebol na televisão e torcer por uma equipa. Era mesmo o prazer de jogar à bola.

O futebol foi o único desporto praticou?
Também fiz atletismo, salto em altura, lançamento de dardo, cross. Gostava de fazer tudo. Fiz atletismo dos seis aos oito anos. Depois, o futebol tornou-se mais sério, ainda cheguei a acumular com o atletismo, mas já não entrava nas competições.

Tinha ídolos?
Com o tempo comecei a gostar do Cristiano Ronaldo, mas não era aquela coisa de querer seguir o Ronaldo ou querer vê-lo à minha frente, eu gostava mesmo era de jogar à bola.

Nem tinha nenhum clube de que gostasse mais?
Não. Ainda hoje, quando vou a Portugal ver a família, uns torcem pelo Benfica, outros pelo FC Porto, outros pelo Sporting, mas eu nunca tive clube. Agora posso dizer que gosto do Gil Vicente, porque joguei lá e as pessoas do clube foram incríveis, por isso fiquei a gostar mesmo muito do clube.

Também não era adepto de nenhum clube francês?
Não.

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