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A casa às costas

“Em Israel, liguei a torradeira e ouvi: ‘No, no, no’. Parecia que tinha cometido um crime. Era o Shabat, não podia ligar eletrodomésticos”

“Em Israel, liguei a torradeira e ouvi: ‘No, no, no’. Parecia que tinha cometido um crime. Era o Shabat, não podia ligar eletrodomésticos”
Jeroen Meuwsen

André Geraldes está sem clube, após três épocas e meia em Israel, onde jogou pelo Maccabi de Telavive. Nesta 2.ª parte deste Casa às Costas revela alguns dos episódios vividos no país, entre eles, sustos com alarmes de ataques aéreos que o obrigaram a viver “cenas de filme”, garante. Casado e pai de duas filhas, confessa que gostava agora de ficar a jogar mais perto de Portugal ou mesmo no país. Diz que já foi confundido muitas vezes com Francisco Geraldes, com quem não tem nenhum laço familiar e que é viciado em jogar PlayStation

Deixou a I Liga portuguesa para jogar na II Liga espanhola, no Sporting de Gijón. Não se arrependeu?
De maneira nenhuma. A II Liga espanhola é espetacular, os estádios estão sempre cheios, o futebol é muito bom. Era um grande clube, adorei.

Existe um pouco a ideia de que os jogadores espanhóis são xenófobos em relação aos portugueses. Sentiu isso?
Há essa ideia, mas não senti isso. Tanto eu como o André Sousa integrámo-nos muito bem no grupo dos espanhóis. Ajudavam-nos em tudo o que precisássemos, sempre impecáveis.

A época em Espanha correu bem?
No início não joguei muito. Fiz os dois primeiros jogos no campeonato porque o Francisco Molinero estava lesionado, mas assim que voltou da lesão, começou a jogar.

O que sentiu quando viu que tinha de ceder o lugar?
Claro que fiquei um pouco desanimado, até porque os dois jogos tinham-me corrido bastante bem. Mas era opção do treinador, ele era um jogador mais experiente, que já conhecia a liga, tinha jogado a I Liga. Tive de perceber.

A sua mulher e filha foram consigo?
Sim, a minha mulher vai comigo para todo o lado.

Do que mais gostaram da vida em Gijón?
Era uma vida mais calma, não era a correria de Lisboa, as pessoas eram cinco estrelas. Tínhamos o André Sousa e família, vivíamos quase porta com porta, foi muito bom, era como se estivéssemos em casa.

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