Perfil

A casa às costas

“Na Bulgária, havia 50cm de neve no chão, o Ukra deitou-se, levantou-se e apresentou-se como se estivesse na ‘Casa dos Segredos’”

Rúben Pinto, 30 anos, joga fora de Portugal desde a época 2016/17 e não pensa regressar tão cedo. Após três épocas e meia no CSKA de Sófia, rumou à Hungria, onde gostava de continuar a jogar. Admite ter assistido a atos de racismo num e noutro país, mas considera os húngaros mais simpáticos e abertos do que os búlgaros, e com melhor futebol. Pai de um rapaz e de uma bebé com ano e meio, tem como meta manter-se no ativo pelo menos até aos 35 anos. No futuro, imagina-se no papel de diretor-desportivo

Alexandra Simões de Abreu

Mike Egerton - EMPICS

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Quando o seu empresário apresentou-lhe a hipótese de ir para o CSKA, da Bulgária, como reagiu?
No início fiquei receoso. Depois falei com o David Simão, que estava lá, e ele disse-me que as condições não eram as melhores, mas que o clube era muito bom, os adeptos incríveis. O contrato era muito mais alto do que o que tinha com o Belenenses. Tomei a decisão de ir.

A sua namorada foi consigo?
Primeiro fui sozinho, para me adaptar e tratar de tudo. Ela também estava receosa, mas depois foi ter comigo, as coisas tomaram o rumo normal e acabou por ficar lá.

Como era o seu inglês?
Nunca tive grandes dificuldades.

Quando chegou à cidade de Sofia gostou do que viu?
Eles deram-me todas as condições, deram-me logo casa. Tinha uma pessoa que me ia buscar e levar aos treinos. As condições de treino não eram boas, treinávamos num sítio que era de outro clube, que por acaso tinha boas condições, mas sentíamos que não era a nossa casa. Mas quando comecei a jogar, esse facto “apagou” um pouco essas coisas menos boas.

Como são os adeptos búlgaros?
Adorei os nossos adeptos, foram dos melhores que tive. Acompanham a equipa para todo o lado. Chegámos a fazer um jogo em Varna, que fica a seis horas de Sofia, só foram atribuídos 1.000 ou 1.500 bilhetes para os nossos adeptos e estavam entre 1.000 a 2.000 adeptos a cantar fora do estádio, sem ver o jogo.

Nunca teve ou assistiu a nenhum problema com adeptos?
Pessoalmente, nunca tive nenhum stress. Agora, a Bulgária é um país onde existe algum racismo, infelizmente, e tive um colega de cor, que teve alguns problemas com os adeptos numa fase em que não estivemos tão bem. Foi alvo de comentários racistas e foi complicado para o plantel lidar com aquela situação.

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