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A casa às costas

“Fiz um passe na diagonal, isolei o Nolito, que marcou golo e o Jorge Jesus: ‘Mas o que pensas que andas a fazer?’. Nem quis saber do golo”

Rúben Pinto esteve 11 anos no clube do coração, o Benfica, mas não conseguiu impor-se na equipa principal, numa altura em que, garante, não se apostava nos jovens. Jogou com Bernardo Silva e Rúben Amorim, confessa que fazia parte do grupo dos que pregavam mais partidas do que sofriam e revela um episódio de uma noite de copos, em que acabou a dormir no carro e acordou sozinho no meio do Terreiro do Paço, com gente a passar à volta. E recorda a passagem pelo Paços de Ferreira e pelo Belenenses, antes de iniciar a aventura fora de Portugal, já lá vão praticamente sete anos

Alexandra Simões de Abreu

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Nasceu em Lisboa. Comece por nos falar da família.
O meu pai, José Pinto, trabalhava numa empresa de móveis e a minha mãe, Carla Pinto, numa empresa de tecidos. Tenho um irmão mais novo, André, com 21 anos.

Cresceu na Arroja?
Sim, nascido e criado na Arroja. Vivi lá até aos 18 anos, altura em que fui partilhar casa no Seixal com um colega do futebol.

Foi uma criança calma ou deu muitas dores de cabeça?
Dei algumas.

Tem alguma história daquelas que ainda hoje se contam à mesa?
Tenho uma de quando tinha sete ou oito anos. Eu passava a vida a jogar futebol e tínhamos dois ringues no bairro onde costumávamos jogar. Um dia, comecei a jogar por volta das cinco ou seis da tarde, perdi completamente a noção das horas e fiquei a jogar até às oito ou nove da noite, o que para a minha idade era muito fora de horas, nem jantar fui. Os meus pais já andavam loucos à minha procura porque ainda por cima eu costumava jogar mais num ringue do que no outro, mas naquele dia fui para esse tal outro. Os meus pais foram ao ringue habitual, eu não estava e entraram em pânico. Lá me encontraram passado algumas horas [risos].

Qual foi o castigo?
[Risos] Chegaram-me a roupa ao pelo. É normal, faz parte, não sou nada contra esse tipo de correção. Hoje há muito o estigma de que não se pode dar uma palmada numa criança. Eu cresci no antigamente e dou graças a Deus por ter sido assim, porque se calhar não estava onde estou, nem era a pessoa que sou hoje. Aprendi muito com os erros que cometi. Mas falamos de umas palmadas, nada mais que isso, naturalmente.

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