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A casa às costas

“No Aves, no treino antes de um jogo com o FC Porto, o Lito Vidigal começou a esburacar a relva e disse: 'Amanhã vamos ganhar'. Empatámos”

Aos 12 anos, Alexandre Guedes saiu de Arcozelo para a Academia do Sporting, em Alcochete, e uma semana depois estava a ser castigado por causa de uns mergulhos. Com 20 anos, tentou a sorte em Espanha, no CF Réus, mas regressou ano e meio depois, já com um filho nos braços. No Desportivo das Aves fez história ao subir de divisão e conquistar a Taça de Portugal com dois golos seus ante um Sporting que tinha acabado de ser vítima da invasão a Alcochete, de 2018. Sem conseguir vingar no V. Guimarães, aventurou-se pelo Japão e apaixonou-se

Alexandra Simões de Abreu

Carlos Rodrigues

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Nasceu em Paredes, mas cresceu em Arcozelo. Fale-nos um pouco da sua família?
O meu pai chama-se José Manuel e era carpinteiro, tinha uma empresa, a minha mãe é Maria Marlene e era cabeleireira. Tenho uma irmã mais velha, com 30 anos.

Foi uma criança tranquila ou era daqueles que dava muitas dores de cabeça?
De vez em quando gostava de aprontar uma ou outra, mas nada de extraordinário. A história que me lembro melhor tem a ver com uma piscina daquelas de montar que o meu pai comprou. Ele só nos deixava ir para dentro dela quando ele estivesse em casa. Uma vez estava pronto para entrar na piscina quando ele chegou a casa e eu não estava à espera. Levei um sermão daqueles que nunca mais me esqueci [risos].

Gostava da escola?
Mais ou menos, tinha de ir. Só gostava de jogar futebol. Sempre quis ser jogador de futebol, levava a bola para todo o lado.

Lá em casa torcia-se porque clube?
O meu pai era benfiquista ferrenho, então eu tinha de ver os jogos do Benfica com ele.

Começou a jogar futebol no S. Félix da Marinha com que idade?
Na altura era para ir para o Arcozelo, só que eles não aceitavam miúdos com menos de sete anos e eu comecei com cinco a fazer seis. Então fui para o S. Félix porque deixavam-me treinar com eles, só não podia jogar até completar os sete anos. Era perto de casa, mas o meu pai e a minha avó levavam-me sempre. Quando comecei até era mais a minha avó que me levava.

Quem eram os seus ídolos?
O Simão Sabrosa. Eu via mais o campeonato português. Era o Simão, o Nuno Gomes. Acabava por ser mais os jogadores do Benfica porque em casa só via Benfica [risos]. Mas também gostava do Figo.

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