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6-0, 6-0 e 6-0. Cuidado com Lorenzo Musetti, ele ganhou os seus últimos três sets a zero

O prometedor italiano, protetor da esquerda a uma mão, chegou à terra batida para arrasar, particularmente em Monte Carlo. Esta quarta-feira, derrotou o compatriota Luca Nardi por dois sets a zero na segunda ronda de Monte Carlo, após ter aplicado um 6-0 para fechar a sua primeira partida no torneio. Desde 2016 que ninguém ganhava com estes parciais num torneio Masters 1000

Diogo Pombo

Marcelo Endelli/Getty

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Algo de especial existe em Lorenzo Musetti e o olho descortina-o sem demoras: quando uma bola lhe cai do lado esquerdo do corpo, o italiano enquadra-se para a bater e segura na raquete com uma mão, gesto cada vez mais raro embora bonito. É a pancada associada, por defeito, à beleza no ténis, ao maior cortejo com a arte que se pode antes de pontos, jogos ou títulos ganhos. Mas, em Monte Carlo, não é (tão) por aí que o tenista está a espevitar o olhar de quem o vê.

Na juventude dos seus 21 anos, Lorenzo Musetti ganhou, esta quarta-feira, ao conterrâneo Luca Nardi em dois sets. A vitória não surpreende pela fidelidade que o ranking mundial proporciona - é dos mais reais, confiáveis e minuciosos no desporto e mostra o primeiro na 21.ª posição o segundo no 159.º lugar. Perder contra um tipo mais velho (dois anos), experimentado e quiçá talentoso seria expectável.

Ser derrotado com um duplo 6-0 em 51 minutos já não. Musetti arrancou uma vitória-relâmpago e perdeu apenas 19 pontos durante o jogo, dominando o adversário no pó de tijolo com vista para o mar que banha o Mónaco. O italiano que já conquistou dois Challenger conseguiu, na mesma partida, dois bagels, ícone da pastelaria com que se batiza a proeza em inglês.

Julian Finney/Getty

E foi o terceiro consecutivo no Masters de Monte Carlo, o torneio predileto de preparação para Roland-Garros, o Grand Slam da terra batida. Na primeira ronda, Musetti derrotou o sérvio Miomir Kecmanovic, finalista vencido do Estoril Open, por 7-6 e 6-0, encadeando uma série de parciais que atestam a sua boa forma nesta semana.

A proeza presa à mão e braço direitos de Lorenzo Musetti é enaltecida pela raridade: a última vez em Monte Carlo foi em 1997, com o espanhol Àlex Corretja, especialista no pó de tijolo; e já lá vão 10 anos desde que tal se viu num torneio Masters 1000. O italiano e a sua esquerda parecem estar embalados numa sincronia do fantástico, mas vão na direção de um obstáculo do mais parecido com o inamovível que há no ténis.

Nos oitavos de final, o adversário será Novak Djokovic.