Quando a bola amarela goteja pela derradeira vez no court, traz invariavelmente más notícias para um dos lados. Tanto um tenista como o outro passaram ali o mesmo tempo, competiram dando pancadas com violência ou manobras cortantes e esteticamente irresistíveis. Esquecendo dores ou dúvidas, correram até os músculos das pernas desafinarem. Queriam o mesmo e, depois de tanto, acabam o dia em mundos opostos. O que foi, mais uma vez, beliscado pelo lado implacável do ténis tem de engolir o veneno da derrota. E não só. De há uns tempos para cá, começam a chover nos telefones mensagens cruéis de apostadores desiludidos. É a desumanização do ténis, um fenómeno que na verdade não afeta só o derrotado.
“As mensagens de ódio são parte da nossa vida”, conta Noah Rubin, um tenista norte-americano, de 27 anos, já retirado. “Ganhando ou perdendo, recebes sempre mensagens horríveis. Como sou judeu, recebo muitas referências a Hitler ou ao Holocausto.” Este drama dos tempos modernos não afeta apenas os mais anónimos ou os que têm menos dias gloriosos. Casper Ruud, atual nº 5 do mundo, falou ao Expresso sobre o assunto depois do sorteio do Estoril Open, a decorrer entre 1 e 9 de abril.
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