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Opinião

E futebol? Há?

Sem Otávio e com Taremi a imaginar-se a dar o salto para a piscina de San Siro, o FC Porto reduziu-se, escreve Bruno Vieira Amaral, a uma caricatura desses atributos viris e meio esotéricos, com ténues lampejos de qualidade e uma fé inabalável nas proezas atacantes de Marcano, nas pantominices do engenheiro Gonçalves e na lixívia de comunicados onde se afirma, com indecoroso desplante, que o futebol português “é pródigo em acontecimentos bizarros.”

Respondendo já à pergunta: não, não há. O que se viu no domingo no Dragão é algo remotamente semelhante ao desporto-rei, mas não é a mesma coisa. Nem anda lá perto. É futebol à portuguesa, como o cozido ou a revista. No final, o treinador-adjunto do Porto, Vítor Bruno, disse que aqueles minutos finais foram uma caricatura do futebol português. Em parte tem razão. Uma caricatura é um exagero dos traços e características de alguém ou de alguma coisa. Mas a caricatura de ontem nem foi muito exagerada. O futebol à portuguesa é que é uma caricatura. E torna-se difícil caricaturar o que, por si só, já é uma caricatura.

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