O título do texto não é uma expressão que eu aprecie por diminuir todo o trabalho realizado pelos profissionais de uma equipa a um momento. Mas, talvez não haja melhor forma de caracterizar a contundente vitória de Sérgio Conceição sobre Jorge Jesus. Sim, eu sei que costumo dizer sempre que o jogo é ganho ou perdido por jogadores, e que os treinadores ajudam um pouco. Mas a diferença coletiva foi tão evidente em quase todos os momentos que não há como não entregar o prémio de melhor em campo ao treinador do FC Porto, e o de pior ao seu homólogo do Benfica.
E, como sempre, tudo começa numa ideia de jogo vincada o suficiente para amarrar os principais envolvidos no processo. Sérgio Conceição não negoceia dos princípios básicos: pressão e agressividade nas abordagens individuais. A vitória no clássico começa quando há uma equipa com muitas certezas sobre o que fazer, como fazer, quando fazer, e outra com muitas dúvidas.
A pressão tem sido uma das maiores armas deste FC Porto e nota-se sempre a preocupação de fazer a bola entrar no corredor lateral, isolar o portador da bola nesse espaço, fechar todas as linhas de passe mais próximas e pressionar. Tudo isto num movimento sincronizado e coordenado pelo jogador que pressiona a bola, onde todos pensam no mesmo e agem em função do mesmo objetivo. Ainda assim, a pressão do FC Porto não surpreendeu, nem tão pouco o ritmo que colocou no jogo com e sem bola. Estranha foi a não preparação do Benfica para saltar essa pressão ou, no limite, não se dar a ela.