(Som de telefone a tocar)
-Aldo?
-Sí, muy buenas, cómo andamos?
-Bien, y tú?
-Acá estamos, en Buenos Aires, en este quilombo [confusão].
-Fuiste a la calle?
-No, no, en casa, tranquilo”
Assim começou uma chamada telefónica a cruzar o Atlântico, mais ou menos ao mesmo tempo que os jogadores da seleção argentina tinham de abandonar, de helicóptero, o cortejo pelas ruas de Buenos Aires. Do outro lado da conexão estava um “muy feliz” entrevistado.
Aldo Duscher completa uma manita de relevância para falar sobre o título deste Mundial: é argentino, ex-internacional pela seleção principal e equipas jovens; é conhecido dos portugueses, ou não tivesse feito 62 jogos pelo Sporting entre 1998 e 2000, contribuindo para o fim do jejum de 18 anos sem o título de campeão; jogou seis temporadas com Lionel Scaloni no Deportivo da Corunha; foi treinado por José Pekerman, pai espiritual desta seleção, por ter orientado o seu técnico principal, vários dos adjuntos e ter estreado Messi; chegou a apanhar Leo na seleção e defrontou-o várias vezes na La Liga.
Como foi viver este dia [o da chegada da seleção]?
Muita alegria, toda a gente muito contente. Com orgulho de ser argentino, sobretudo. Há muito tempo que esperávamos isto, ainda para mais tendo o Messi, todos queríamos que ele levantasse a taça. E foi possível. Foi muito difícil, mas aconteceu.
Foste ver aquele cortejo?
Nooo, não, muita confusão, muito quilombo. Fiquei aqui com a família em casa, hoje foi feriado, não se podia sair à rua. Muita gente, preferimos estar por aqui tranquilos.
O que significa este triunfo para os argentinos?
É uma alegria do povo, que tanto sofre. A nível político, as coisas não estão bem, há sofrimento, há inflação, o dinheiro deixa de valer, não há trabalho, há insegurança… Isto é a única felicidade que a pessoas tem e por isso libertam-se com isto. Somos apaixonados pelo futebol.