“Qual é o teu sonho?”, perguntaram a Messi há vários anos.
“Jogar na seleção argentina”, respondeu, ainda longe de saber a dimensão que isso alcançaria.
Enquanto criança, Lionel Messi só queria jogar pelo seu país. O sonho cumpriu-se em 2005, mas se era até aí que as suas ambições o levavam, será até difícil explicar tudo o resto que alcançou depois disso. Principalmente depois de vencer o Campeonato do Mundo. Mas o jogador tentou, num texto publicado esta terça-feira nas redes sociais.
“Quase 30 anos passaram entre o Grandoli [o seu primeiro clube] e o Campeonato do Mundo no Catar. Foram quase três décadas em que a bola me deu muita alegria e também alguma tristeza. Sempre tive o sonho de ser campeão do mundo e não queria deixar de tentar, embora soubesse que isso poderia nunca acontecer”, escreveu.
Agora que aconteceu, o argentino atribui a conquista à história. Àquela que a equipa conseguiu escrever em 2022, mas também à que tantos outros fizeram ao longo dos últimos anos.
Começou pelos jogadores convocados para os Mundiais anteriores, principalmente o de 2014, no Brasil. Nesse ano a Argentina chegou à final, mas perdeu por 1-0 frente à Alemanha. Messi fazia parte do grupo, mas o golo de Mario Götze ao minuto 113 terminou com o sonho. “Todos mereceram pela forma como lutaram até à final, trabalharam arduamente e a quiseram tanto como eu. E nós merecíamos mesmo nessa maldita final”, lê-se.
Lembrou também o nome que nenhum argentino esquece: Diego Maradona, que “aplaudiu do céu” e a quem, considera, este título também pertence. “E a todos aqueles que sempre apoiaram a equipa nacional sem olhar tanto para o resultado, mas sim para o desejo que sempre demonstrámos, mesmo quando as coisas não nos correram bem”, continuou.
Por fim, a história mais recente. Para Messi, esta vitória só aconteceu graças ao grupo “lindo” que conseguiram formar no balneário. Ao longo do torneio, a união desta equipa foi várias vezes destacada e elogiada. O jogador não esqueceu o “pessoal técnico e todas as pessoas da equipa nacional que trabalham dia e noite anonimamente” para que o trabalho dele e dos colegas se torne mais fácil.
A Argentina já tinha conquistado este título em 1978 e 1986. Desde então, tem sido uma luta constante para devolver ao país a felicidade de chegar ao topo do mundo numa modalidade que tanto amam. Messi, que sabe agora o que é passar pela desilusão e alegria, deixa um conselho.
“O fracasso é muitas vezes parte da viagem e da aprendizagem e sem desilusões é impossível que cheguem os sucessos”, escreveu Messi, lembrando que os maus momentos não ditam o final, são, na verdade, uma nova rampa de lançamento.