Frenem tudo, parem o que estão a fazer, prestem atenção à boa-nova. No fundo, é este o chamariz erguido pelo “Le Figaro” à notícia que retribui com apenas um parágrafo de texto o clique feito nela, dedicado a um único pedaço de informação: na manhã deste sábado, Ibrahima Konaté e Raphaël Varane “sentem-se melhor” e tomaram o pequeno-almoço com os restantes jogadores da seleção francesa, no hotel onde estão alojados no Catar.
A preocupação não se cinge a este jornal. Também o “Le Monde”, entremeando a preocupação com declarações de Didier Deschamps, o selecionador francês, dá conta da evolução do “vírus na equipa de França” que começou a afetar os jogadores entre os quartos de final ganhos contra a Inglaterra e as ‘meias’ em que prevaleceram frente a Marrocos. Nesse último jogo não estiveram Adrien Rabiot e Dayot Upamecano, médio e defesa titulares da seleção, por estarem a lidar com sintomas da síndrome gripal que alastrou, entretanto, a outros futebolistas.
Entre febre, tosse e falta de ar são sintomas comuns do que a Federação Francesa de Futebol identificou como “síndrome viral” e também infetou Kingsley Coman, extremo habitualmente suplente, mas que sempre entra durante as segundas partes, por norma, em substituição de Ousmane Dembélé. Frente a Marrocos, não saiu do banco. Portanto, a seleção gaulesa já teve cinco jogadores a padecerem do que muita imprensa internacional tem chamado de Gripe do Camelo, ao invés do que inicialmente se suspeitou - de serem resfriados ou constipações causadas pelos sistemas de ar condicionado instalados em sete dos oito estádios do Mundial, para refrigerar o ar, que chegaram a motivar queixas de alguns jogadores.
Tratar-se-á, pois, de síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS), cientificamente definido como um coronavírus de sigla MERS-CoV que também é zoonótico, ou seja, passou de um animal para os humanos. A espécie responsável terá sido, originalmente, um camelo, daí o nome de batismo. “Vamos ver como evoluem os jogadores afetados e estaremos prontos para o jogo que nos espera”, garantiu Didier Deschamps, este sábado, na conferência de imprensa de antevisão à final do Mundial, que será jogada no domingo (15h, RTP1).
No breve quarto de hora que os jornalistas são autorizados a espreitar em cada treino das seleções, todos os 24 futebolistas da seleção gaulesa foram vistos a entrar no relvado. Se treinaram, ou não, no máximo das capacidades é incerto, também devido à reduzida informação que a federação francesa tem partilhado sobre o impacto deste vírus na equipa, que começou após a vitória frente à Inglaterra, nos quartos de final.
Depois de vencida a seleção de Marrocos, nas ‘meias’, a federação pediu aos jornalistas que falavam com os jogadores na zona mista do estádio para utilizarem uma máscara facial e praticarem algum distanciamento. Uma espécie de regresso ao passado recente de medidas forçadas pela pandemia de covid-19. E dentro do estágio da seleção, haverá precauções a serem tomadas? “Não quero entrar em detalhes, estamos a fazer o nosso melhor”, disse, apenas, Didier Deschamps.