A terceira melhor participação de sempre em Mundiais saber a pouco é um sintoma da evolução do futebol português e da forma como se posicionou. Subiram as expectativas depois da exibição feita contra a Suíça, naturalmente. Pela postura defensiva de Marrocos, previa-se que fosse difícil repetir o brilharete nos quartos de final. O problema é que a continuidade no onze escolhido por Fernando Santos – já vamos a Rúben Neves – ficou-se apenas pelas individualidades. Coletivamente, em especial na primeira parte, o receio de perder bolas e ser contra-atacado levou a um jogo muito direto, com variações de flanco e lançamentos para as costas da defesa. Cedeu-se ao que dava conforto ao adversário, evitando a procura pelas zonas interiores.
Ares de mudança perdidos no deserto (a análise à eliminação de Portugal contra Marrocos)
Não há como ser ingénuo. Criar ocasiões contra uma equipa tão organizada e competitiva, que não se importa de estar sem a bola, seria difícil para qualquer um, atesta Tomás da Cunha, ao destacar, finalmente, a ousadia de Fernando Santos em enquadrar o talento disponível. Mas vencer um Mundial com tantos jogadores abaixo daquilo que valem torna-se missão impossível
11.12.2022 às 12h39

VCG
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