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Mundial 2022

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Fernando Santos vai continuar na seleção? “Eu e o presidente da FPF vamos falar sobre este assunto. Demissões não fazem parte do meu léxico”

Tanto na flash interview à “RTP” como na conferência de imprensa, o selecionador nacional foi questionado acerca do seu futuro no cargo, reiterando que vai conversar com Fernando Gomes, presidente de Federação Portuguesa de Futebol

Expresso

KIRILL KUDRYAVTSEV/Getty

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O que fica da derrota?

“Uma desilusão muito grande para todos, para os portugueses, para mim e para os jogadores. A equipa estava crente, confiante e com muita alegria, mas não conseguimos, os jogadores trabalharam e tentaram fazer bem. A primeira parte com alguma passividade em termos do que temos de imaginação e criatividade para desmontar a muralha que eles tinham, era isso que tínhamos preparado: tentar entrar dentro e fora, com jogadores a tentarem driblar para retirar um adversário do caminho e criar situações.

Não conseguimos, circulamos a bola muitas vezes atrás e, depois, quando projetávamos era sempre para um lado e com variações muito longas. Mas os jogadores tentaram, tivemos uma ou duas situações de golo, não concretizámos, sofremos um golo e ao intervalo falámos com os jogadores de que era preciso aumentar a criatividade, pegar, ir em cima, encontrar espaços, porque esta equipa defende bem.

Melhorámos bastante na segunda parte, mas, nos últimos 10 minutos e nos anteriores, entrámos em muita ansiedade, a queremos meter a bola sempre na área quando poderíamos ter feito um pouco mais. Os jogadores deram o seu máximo, lutaram muito, estamos tristes, sabíamos que podíamos ter feito mais apesar de terem dado tudo o que tinham.”

O balanço e o contrato: vai continuar?

“É o momento para falarmos como sempre fizemos, eu e o presidente vamos falar sobre este assunto. Essa questão agora é outra, não vou falar de vontade ou menos vontade, vamos falar como sempre fizemos.

Em relação ao balanço do Mundial, acho que tivemos muito bem até hoje, os jogadores deram tudo, mas não conseguiram o resultado que queriam.”

Portugal sai com nota positiva?

“Positiva era chegarmos à final e ganhar. Mas, para aquilo que os jogadores fizeram ao longo do torneio até aqui, e mesmo hoje pela vontade que demonstraram, e foi muita na segunda parte, foi pena não conseguirem o resultado. Estávamos convencidos de que podíamos chegar à final e vencer.”

(depois, na conferência de imprensa, o selecionador nacional foi questionado pela continuidade na seleção.)

“Não sei se foi um fracasso, isso nem se coloca, essas questões de apresentar demissões nem se colocam. Já disse, como sempre eu e o presidente sempre falámos sobre este assunto, estou aqui desde 2014 e sempre falámos, essas questões de demissões não fazem parte o meu léxico, nem do presidente.

Acho que não fomos tão longe quanto queríamos, sim, acho que a equipa tem muita qualidade, podíamos ter feito melhor, mas os jogadores fizeram tudo, lutaram tudo, mas há jogos em que falta uma pontinha de sorte e hoje foi um desses casos.”

(e sobre se o ‘drama’ em torno do Ronaldo teve influência na equipa.)

“Não teve reflexo nenhuma dessa parte, a equipa esteve sempre unida e ativa. Percebo a questão, mas se fosse colocada em termos humanos, as duas pessoas que ficaram mais doridas nisto fui eu e ele. Se fosse pelo coração, mas o treinador não pode pensar com o coração, tem de pensar na equipa e no que deve fazer, e o jogador também. Claro que emocionalmente é algo que nos marca sempre, mas isso não teve influência nenhuma.”