A conversa terá ocorrido antes da partida de terça-feira, frente à Suíça. É descrita como “um diálogo duro”, no qual Fernando Santos terá informado Cristiano Ronaldo de que não seria titular nos oitavos de final do Mundial, dando-lhe conta da apenas quarta vez na sua carreia de que começaria um jogo da seleção nacional em Campeonatos da Europa ou do Mundo sentado no banco de suplentes. Ao ser informado de tal decisão, o capitão, escreve o “Record”, terá ameaçado abandonar a seleção e ir embora do Catar.
A notícia, avançado pelo jornal esta quinta-feira, conta que Ronaldo acabaria por “cair em si”, entendendo a gravidade da suposta intenção que terá manifestado a quente. Neste mesmo dia, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) garante que tal ameaça de Cristiano em abandonar o estágio da seleção no Catar “em momento algum” chegou a acontecer. “Ronaldo constrói a cada dia um historial ímpar ao serviço da equipa nacional e do País que tem de ser respeitado e que atesta o inquestionável grau de compromisso com a Seleção”, garante a entidade.
Em comunicado, a FPF enaltece “o grau de entrega do jogador mais vezes internacional por Portugal”, destacando como “ficou novamente demonstrado - se necessário fosse - na vitória frente à Suíça”, por 6-1, na qual entrou em campo aos 73 minutos em substituição de Gonçalo Ramos, o avançado que o rendeu no onze e marcou um hat-trick. Foi a 195.º internacionalização de Ronaldo, colecionador de 118 golos com Portugal e já autor de história vincada neste Mundial: frente ao Gana, no primeiro jogo da fase de grupos, marcou de penálti e virou o primeiro futebolista da história a marcar em cinco Campeonatos do Mundo.
Contra a Suíça, o capitão foi visto a acompanhar de perto os exercícios de aquecimento dos titulares, antes do jogo, a celebrar todos os golos da seleção durante a partida e, no final, a aplaudir os adeptos.
No dia seguinte à passagem aos ‘quartos’ do Mundial, Cristiano não esteve no treino de relvado com os restantes jogadores da seleção que foram suplentes, cumprindo apenas trabalho de ginásio. Nessa quarta-feira, foi o jornal “Marca”, de Espanha, a avançar que Ronaldo se teria recusado a treinar entre o grupo de futebolistas não utilizados ou que não foram titulares contra a Suíça.
Oficialmente, a federação apenas se pronunciou quanto à alegada ameaça de Cristiano Ronaldo durante a conversa com Fernando Santos. “A Seleção Nacional - jogadores, treinadores e estrutura FPF - encontra-se, como desde o primeiro dia, totalmente empenhada e entusiasmada na construção daquela que o País deseja que seja a melhor participação de sempre de Portugal num Campeonato do Mundo”, conclui a federação na sua reação, por escrito, à notícia do “Record”.