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“É um exemplo em todos os aspetos da vida”: será a última dança de Bryan Ruiz? Estivemos no treino da Costa Rica

Mundial 2022

Oliver Hardt - FIFA

Na pataleca, uma brincadeira que os futebolistas gostam de jogar antes do aquecimento e que afina o primeiro toque, os castigos são chapadas no lombo ou nas costas, e não sacudidelas de dedo como em Portugal. Depois de perder por 7-0 com a Espanha, a Costa Rica levantou-se e bateu o Japão. Esta tarde (19h, Sport TV2), entre o céu e o inferno, podem deixar a Alemanha fora do Campeonato do Mundo, no adeus de Bryan Ruiz à seleção

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Hugo Tavares da Silva

Hugo Tavares da Silva

enviado ao Mundial 2022

Jornalista

A paisagem é simpática. Alguns chapéus de edifícios, uma mesquita e o anel da bancada com as cadeiras brancas e verdes a atuarem como diamantes. Lá ao fundo veem-se outros edifícios. Estão 29º às 10h20. Os jogadores da Costa Rica já entraram no relvado do Hamad bin Khalifa Stadium, a casa do Al Ahli SC, em Doha, e vão descontraindo com a bola, a melhor amiga que têm desde miúdos.

Bryan Ruiz entrou no campo com uma nos pés, com o seu caminhar de veterano, lento e humilde. Vão rindo e, com preguiça que não é preguiça, vão mexendo na bola. Ganhar um jogo num Mundial, ainda mais depois de um massacre (0-7 contra a Espanha), afasta alguns fantasmas, permite morder a jugular dos demónios. A bola começa então a voar, de uma bota para outra para outra e para outra e para outra, sempre a dois toques, sendo que a receção normalmente é feita com a parte interior do pé como se estivessem numa dança tradicional russa. É para complicar, tal como as proibições de recorrer a coxa e cabeça. Trata-se da convocatória da técnica, apurando assim o primeiro toque. Em Portugal e no Brasil chama-se pataleca.

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