Garra charrúa. Lutar por cada bola como se fosse a última. Acreditar sempre que é possível bater os mais fortes. Assim se define a essência do futebol uruguaio, habituado a transcender-se – ou não estivéssemos a falar de um país com cerca de 3,5 milhões de pessoas. O sucesso olímpico e mundial na primeira metade do século XX ajudou a fortalecer a paixão pelo futebol, que foi passando através das gerações. Nascem craques sem parar. Chegou o fim de lendas como Muslera, Godín, Suárez e Cavani, mas a transição está mais do que assegurada.
É estranho não ver o “Maestro” Tabarez no banco de suplentes. Foi um líder espiritual que acompanhou toda a trajectória dessas referências, levando-as a momentos de glória pela selecção. A caminhada até ao quarto lugar no Mundial 2010 surpreendeu e o triunfo na Copa América 2011, ainda por cima na Argentina, consagrou essa equipa histórica. Diego Forlán já se retirou (não devia), mas tornou-se uma lenda uruguaia nessas competições. Considerado o melhor jogador na maior prova de seleções, autor de um bis em pleno Monumental na final contra o Paraguai. Além disso, dava um toque de arte a um conjunto mais operário do que criativo.
A cultura pesa: o retrato do Uruguai, adversário de Portugal esta segunda-feira
O comentador e analista Tomás da Cunha escalpeliza o Uruguai, rival de Portugal nesta 2.ª jornada da fase de grupos (19h, RTP1/Sport TV1). Tabárez já não está no banco, mas a mudança estilística não se faz da noite para o dia: esta seleção, como as de outros tempos, continuará a preferir que o adversário divida ou assuma as despesas, dando espaços para acelerar
28.11.2022 às 10h14
Clive Mason/Getty
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