Deixando pelo retrovisor o distrito de Najma, repleto de imagens que cutucam a imaginação e lembrança distante do que é o Médio Oriente, com o tom pastel manso a pautar a paisagem, com lojas de eletrónica e num vaivém de pessoas a fazerem o que têm de fazer, a imagem muda à chegada a Pearl. É uma ilha magicada pelo homem. Há luxo, torres imensas, uma baía, hotéis e lojas, gelatarias e restaurantes de alto gabarito. Apesar de artificial, tem beleza. E elegância. Chamam-lhe a Riviera Árabe.
É aqui que vive João Carlos Teixeira, futebolista do Umm-Salal, de 29 anos, que já marcou três golos em sete jornadas. A liga parou, a escola idem, o mundo congelou à espera agora que começou o Campeonato do Mundo no país. Recebe-nos impecavelmente penteado, sorridente e de calções e t-shirt. Está confortável, diz o corpo. A boca confirma. “Gosto muito de viver cá. A qualidade de vida é fantástica, os serviços são inacreditáveis”, comenta. “Está sempre sol, o facto de nunca chover é meio caminho andado para começar bem o dia.” Sobre o tema quente que tem marcado este Mundial – direitos humanos – e a atribuição do torneio ao Catar, Teixeira fala em exagero dos media, assinalando outras incoerências noutras competições.
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