Não é o fraco anfitrião, aquele que recebe mal. É o anfitrião fraco, aquele que não joga nada, mas que, vá-se lá saber porquê, desperta a nossa simpatia. A primeira vez que senti esta compaixão pelo anfitrião foi no Mundial de 1994. Aqueles jogadores – Alexi Lalas, Tab Ramos, Tony Meola – eram os resistentes representantes do nosso amado futebol numa terra que não lhes era propícia. Futebol nos “states” era coisa de raparigas, filhos de imigrantes e excêntricos e, de alguma forma, desejávamos que o sucesso do evento e da seleção norte-americana rendesse o país à evidência da superioridade do desporto-rei.
Um anfitrião demasiado fraco
Há limites para a nossa boa-vontade para com anfitriões desajeitados e pouco familiarizados com a bola. As notícias diziam que este Catar estava preparadíssimo para o Mundial, que os jogadores estavam em estágio há quatro meses e comiam táticas de manhã à noite, mas Bruno Vieira Amaral escreve sobre como, pela primeira vez, deseja que ao anfitrião débil seja dado o golpe de misericórdia com toda a celeridade e humanismo
21.11.2022 às 11h23

Michael Regan - FIFA
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