Rasmus Tantholdt é um jornalista dinamarquês e estava algures em Doha, no Catar, a trabalhar para a TV2, canal de televisão do seu país, quando algo já visto nos últimos anos se repetiu. Enquanto gravava, em direto, uma peça de reportagem, Rasmus e o repórter de imagem que o acompanhava foram interpelados por, pelo menos, três catarenses chegados ao local no que pareceu ser um carro de golfe.
Entre palavras ditas, sobretudo, em dinamarquês, o jornalista apressou-se a dizer: “Convidaram o mundo inteiro para vir cá, não podemos filmar porquê, se este é um espaço público?”. Enquanto se ouvia a questão, um homem colocava a mão a tapar a objetiva da câmara. Depois, noutro plano, vê-se Rasmus Tantholdt a mostrar a acreditação para o Mundial - que tinha pendurada ao pescoço - e a dizer a quem parece ser um responsável de segurança que podem “gravar onde quiserem”.
Logo se seguiu uma altercação aparentemente sobre essa permissão para a TV2 gravar nas ruas de Doha, em que outro homem, a julgar pela reação do jornalista dinamarquês, os ameaça que iria danificar a câmara de filmagem. “Queres partir a câmara? Ok, então podes partir a câmara”, ouve-se e vê-se Tantholdt a questionar - “portanto, estão a ameaçar-nos que irão quebrar a câmara”.
A última imagem vista na edição que a TV2 fez desses momentos mostra a mão de um dos indivíduos que abordou a equipa de reportagem dinamarquesa novamente a tentar tapar a objetiva da câmara.
O canal dinamarquês não revelou o que terá acontecido após a altercação. Mas, ainda na noite de terça-feira, o jornalista escreveu, no Twitter, que o departamento de comunicação do Mundial e o Comité de Organização do torneio já lhes pedira desculpas pelo sucedido. Contudo, Rasmus Tantholdt aproveitou para questionar: “Será que isto também vai acontecer a outros órgãos de comunicação?”