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Mundial 2022

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Organização do Mundial responde às críticas da seleção da Austrália: “Nenhum país é perfeito, todos têm os seus desafios”

Os jogadores australianos foram os últimos a defender uma mudança no Catar, país que vai receber o Mundial de 2022 e que tem um longo histórico de incumprimento no que aos direitos humanos diz respeito. A organização do torneio elogiou a seleção da Austrália, em troca, mas também defendeu o país anfitrião da competição

Rita Meireles

Joe Allison

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Um grupo de 16 jogadores australianos que vão, presumivelmente, marcar presença no Mundial de 2022, publicou um vídeo onde manifestaram a sua preocupação em relação à forma como são tratados os trabalhadores migrantes no Catar e também sobre o facto de ser ilegal ser homossexual no país. Apesar de terem reconhecido o que foi melhorando nos últimos anos, o grupo fez questão de sublinhar que a implementação da reforma no país “continua a ser inconsistente e requer melhorias”.

Esta sexta-feira, a organização do torneio respondeu ao vídeo dos australianos, elogiando o grupo de jogadores por terem usado a sua plataforma para sensibilizar para estas questões, mas realçando que “nenhum país é perfeito”.

“Elogiamos os futebolistas que utilizam as suas plataformas para aumentar a sensibilização para assuntos importantes”, disse o comité organizador. “O nosso compromisso foi assegurar que este Campeonato do Mundo tenha tido um impacto transformador na melhoria de vidas, especialmente para aqueles envolvidos na construção dos locais de competição e não competição pelos quais somos responsáveis. Proteger a saúde, a segurança e a dignidade de cada trabalhador que contribui para este Campeonato do Mundo é a nossa prioridade”.

As críticas ao país anfitrião do Mundial não são novas, mas à medida que o torneio se aproxima são cada vez mais. O pontapé de saída está marcado para 20 de novembro, quando entram em campo o Catar e o Equador.

Até agora, o Grupo D parece ser aquele onde os jogadores e equipas mais têm dado a cara para falar sobre a não existência de vários direitos humanos no Catar. Além do vídeo da equipa da Austrália, a Dinamarca anunciou que uma das suas camisolas é totalmente preta, a cor do luto por todos os que perderam a vida durante a construção das infraestruturas para a competição.

Além destas duas seleções, outras equipas já anunciaram que os seus capitães vão usar uma braçadeira onde se lê “One Love”, em apoio à comunidade LGBTQ+. Sobre este tema, também mencionado no vídeo, a organização não disse nada em particular.

“Este Campeonato do Mundo contribuiu para um legado de progresso, melhores práticas e melhores vidas. E é um legado que viverá muito depois do pontapé final”, defendeu a organização, dando a entender que a mudança demora tempo. “Nenhum país é perfeito, e todos os países - anfitriões de grandes eventos ou não - têm os seus desafios”.

A seleção da Austrália inicia o seu percurso na competição a 23 de novembro, frente à França. Terá ainda que jogar contra a Tunísia e Dinamarca para conseguir ultrapassar a fase de grupos.