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Mundial 2022

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Shakhtar Donetsk pede à FIFA para, no Mundial, a Ucrânia substituir o Irão, que alegadamente tem apoiado a Rússia na guerra

O Catar já fez saber que não pretende que existam mensagens políticas no Mundial 2022, mas tudo o que tem acontecido no mundo vai dificultar que assim seja. Até porque a competição ainda nem começou e o Shakhtar Donetsk fez um inusitado pedido à FIFA para fazer uma troca entre seleções na sequência da guerra na Ucrânia

Rita Meireles

Craig Foy - SNS Group/Getty

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Há oito meses, os ucranianos viram o seu país ser invadido pela Rússia e o conflito ainda dura. Várias sanções foram aplicadas ao país invasor em diversas áreas ao longo da guerra e, esta segunda-feira, o Shakhtar Donetsk apelou à FIFA para que o volte a fazer.

O clube da Ucrânia acredita que a FIFA deve retirar o Irão do Campeonato do Mundo devido ao alegado apoio militar do país à invasão russa. O diretor-executivo do Shakhtar, Sergei Palkin, acusou o Irão de “participação direta em ataques terroristas contra ucranianos” e sugeriu que esta seleção fosse substituída pela equipa do seu país.

“Esta será uma decisão justa que deverá chamar à atenção de todo o mundo para um regime que mata as suas melhores pessoas e ajuda a matar ucranianos”, disse Palkin, um dia antes da sua equipa jogar contra o Celtic, para a Liga dos Campeões.

Apesar de a Rússia e o Irão terem negado qualquer envolvimento dos segundos no conflito iniciado pelos primeiros, os Estados Unidos afirmaram que têm provas de que as tropas iranianas estão "diretamente envolvidas no terreno" na Crimeia, apoiando os ataques com drones russos à Ucrânia e à sua população. Segundo a “ESPN”, o chefe dos serviços secretos ucraniano, Kyrylo Budanov, já afirmou que as forças russas usaram cerca de 330 drones construídos pelo Irão.

A FIFA ainda não respondeu ao apelo do Shakhtar Donetsk, mas no início da invasão também tomou algumas decisões para sancionar a Rússia. A suspensão de equipas russas e a proibição à seleção de jogar o play-off para o Mundial são duas delas. Na altura, a FIFA citou riscos para a segurança e integridade das suas competições, mas o adversário previsto da Rússia, a Polónia, também se tinha recusado a jogar.

Este é o segundo apelo a favor da suspensão da seleção do Irão. O primeiro chegou da parte dos grupos de fãs iranianos, uma medida que se iria juntar aos diversos protestos que têm ocorrido nas ruas do país em apoio aos direitos das mulheres, que não conseguem assistir livremente aos jogos de futebol e outros desportos.

O pontapé de saída no Mundial está marcado para daqui a menos de um mês, a 20 de novembro. O Irão entra em campo logo no dia seguinte, frente à Inglaterra.