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Mundial 2022

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Catar desmente que irá limitar a liberdade de captação de imagens dos meios de comunicação social durante o Mundial 2022

O Mundial está cada vez mais perto, mas a incerteza em relação às regras a que todos os visitantes vão estar sujeitos continua muito presente. Uma das últimas notícias dava conta de proibições para a imprensa no que à recolha de imagens diz respeito. Algo que a organização veio agora negar

Rita Meireles

As queixas sobre abusos cometidos sobre trabalhadores migrantes que participaram nas obras de construção dos estádios no Catar, para o Mundial deste ano, têm sido recorrentes

Francois Nel/Getty

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O fim de semana passado ficou marcado pelas notícias que chegaram do Catar que davam conta das regras da organização do Mundial 2022 que iriam impedir a captação de imagens por parte dos meios de comunicação social em determinados locais, condicionando, assim, a liberdade dos profissionais para trabalhar. Algo que foi agora desmentido pelo próprio comité organizador.

O Comité Supremo para a organização e legado do Mundial garantiu, em comunicado, que os profissionais que marcarem presença na competição não estarão sujeitos a condições rigorosas.

"De acordo com a prática comum em todo o mundo, é permitida a filmagem em propriedade privada, mas requer o consentimento do proprietário ou entidade responsável pela propriedade. Vários meios de comunicação social regionais e internacionais estão sediados no Catar, e milhares de jornalistas trabalham a partir do Catar livremente, sem interferências”, lê-se.

Estas proibições foram inicialmente publicadas pelo jornal “The Guardian” e prendiam-se com o facto de não ser permitida a gravação de entrevistas com trabalhadores migrantes ou reportagens “impróprias ou ofensivas para a cultura do Catar ou princípios islâmicos”, sendo que o incumprimento poderia levar a processo criminal. Recorde-se que ao longo dos anos de preparação para o torneio, terão morrido mais de 6 mil trabalhadores migrantes no país.

Segundo avança o “Doha News”, as políticas foram atualizadas para facilitar as regras para as emissoras e essa mesma regra, onde estava referido que a imprensa teria de “reconhecer e concordar” que não iria produzir reportagens que sejam "inapropriadas ou ofensivas para a cultura do Catar e princípios islâmicos", foi eliminada.

"Nos anteriores Campeonatos do Mundo, os termos e condições das credenciais de imprensa foram semelhantes aos que foram emitidos para este ano. Todos os meios de comunicação social poderão executar livremente as suas faculdades jornalísticas", garantiu o porta-voz do comité organizador ao jornal “Marca”.

O que a organização pretende realçar é que a recolha de imagens é permitida, mas antes é necessário que se peça uma autorização para que não perturbem o dia-a-dia dos que habitam no país.