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Mundial 2022

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São esperados 1,2 milhões de visitantes no Catar, para o Mundial. Como vai o país garantir a segurança? Com o serviço militar obrigatório

Um país pequeno que se prepara para receber uma enchente de visitantes. Esta é uma das formas para descrever o Catar neste momento e, também, a que melhor demonstra que a segurança pode vir a ser um problema durante o Campeonato do Mundo de 2022. Para evitar que as coisas corram mal, o governo do país decidiu convocar civis e diplomatas para o serviço militar obrigatório

Rita Meireles

KARIM JAAFAR/Getty

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Entre as várias questões que ainda estão por responder em relação ao Mundial 2022, a segurança no Catar é uma das principais. Para dar resposta ao problema, a organização do torneio convocou centenas de civis, incluindo diplomatas vindos do estrangeiro, para o serviço militar obrigatório, segundo avançou a “Reuters”. Desta forma, terão pessoas a operar em todos os postos de controlo de segurança nos estádios.

A necessidade de destacamento surge, então, para fazer frente à dimensão do desafio que o Catar tem entre mãos. O pequeno estado árabe prepara-se para acolher um dos maiores torneios desportivos do mundo com uma população de 2,8 milhões de habitantes, sendo que apenas 380 mil são naturais do Catar - e espera receber durante o Mundial cerca de 1,2 milhões de visitantes.

O grupo de civis chamado está agora a treinar para gerir as filas de segurança dos estádios, revistar os adeptos e detetar álcool, drogas ou armas escondidas. Além deles, estarão também no local 3 mil policiais turcos, na sequência de um acordo entre os dois países.

Esta é uma operação que tem vindo a ser preparada desde o início de setembro, altura em que os civis foram obrigados a apresentar-se ao serviço em Doha, capital do Catar. Ou seja, terão menos de três meses para se preparem para as novas funções. Foi dito aos civis que tinham sido chamados para ajudar no Campeonato do Mundo e que era o seu "dever patriótico" fazê-lo, contou uma fonte à Reuters. "A maioria das pessoas estão lá porque têm de estar, porque não querem arranjar problemas".

Contactado pela agência, um funcionário do governo do Catar afirmou que se trata apenas de continuar o programa de serviço nacional do país de forma normal durante a realização do torneio. "Os recrutas prestarão apoio adicional durante o torneio como parte do programa regular, tal como fazem todos os anos em grandes eventos públicos, tais como as celebrações do Dia Nacional", disse.

Desde 2014, os homens do Catar com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos treinam com os militares durante pelo menos quatro meses, como parte do serviço nacional obrigatório introduzido por Tamim bin Hamad al-Thani. Recusar a convocatória pode levar a pena de prisão e ao pagamento de uma multa.

O atual grupo de civis está em licença remunerada de quatro meses dos seus empregos, incluindo os diplomatas que em outras situações tinha conseguido adiar o seu serviço. O Catar fez regressar responsáveis de várias missões no estrangeiro, incluindo nos Estados Unidos, China e Rússia, adiantou a mesma fonte. Espera-se que os diplomatas regressem aos seus postos quando terminar o Mundial.