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Mundial 2022

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Diretor da organização do Mundial do Catar considera as críticas que o país tem recebido “injustas” e “não baseadas na realidade”

Será o maior palco do futebol mundial, mas é, e talvez seja mais a partir de novembro, um dos locais onde mais se tem discutido o tema dos direitos humanos. As políticas do Catar não estão a ser ofuscadas pelo desporto, mas Nasser Al Khater não vê qualquer justiça nisso

Rita Meireles

Nasser al-Khater, CEO do Mundial 2022

KARIM JAAFAR/Getty

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Nasser Al Khater, diretor executivo da organização do Mundial 2022, não está contente com as críticas que o Catar tem recebido desde que foi anunciado como anfitrião da competição. Segundo afirmou numa conferência de imprensa esta quinta-feira, essas críticas são injustas e não são baseadas em factos.

"Pensamos que muitas das críticas têm sido injustas, não baseadas na realidade factual. O que quer que tenhamos sentido como uma crítica justa, aceitámos", afirmou.

Esta foi a primeira vez que a organização do torneio falou publicamente nos últimos meses. Al Khater garantiu ainda que as infraestruturas desportivas e de transporte construídas no país a pensar no Mundial já estão completas, sendo que o trabalho que falta terminar é apenas "estético".

A decisão de realizar o Campeonato do Mundo no Catar, o primeiro país do Médio Oriente a acolher o evento, suscitou várias críticas da parte de grupos dedicados aos direitos humanos, de adeptos e até mesmo de atletas. Em causa está a forma como os trabalhadores migrantes foram tratados e as leis sociais restritivas do país.

O diretor falou aos jornalistas no Lusail Stadium, que vai receber a final do Mundial. Com capacidade para 80 mil espectadores, o estádio vai ser palco, na próxima sexta-feira, do último jogo antes de fechar as portas em preparação para o grande evento no final do ano.

Durante a conferência de imprensa, a organização recusou responder a algumas questões sobre temas como a atuação das autoridades do Catar caso sejam violadas leis do país relacionadas com o álcool e em caso de violência, ou detalhes sobre os países que enviariam agentes da polícia ou soldados para o Catar para ajudar a garantir que o torneio, que começa a 20 de novembro, corra da melhor forma.

O esperado é que mais de um milhão de adeptos marque presença na competição. Por isso, e pelo torneio propriamente dito, o país passou os últimos anos a melhorar as suas infraestruturas, incluindo a construção de sete novos estádios, um sistema de metro e novas vias rápidas.

Em relação ao investimento, Al Khater não avançou muita coisa. Disse apenas que o custo desde Mundial está “em linha com, ou menos” que os últimos três.