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Kipchoge volta a bater o recorde do mundo da maratona em Berlim

O atleta queniano completou os 42,2 quilómetros em 2:01:08, cortando praticamente meio minuto ao que o próprio fizera há quatro anos, também em Berlim. Esta é a 17.ª vitória em 19 maratonas para Eliud Kipchoge, um bicampeão olímpico de 37 anos

Hugo Tavares da Silva

Anadolu Agency

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Kipchoge avisou uma semana antes daqueles 42,2 quilómetros. “Sou o melhor… Vou a Berlim para fazer uma corrida muito boa, que vai deixar toda a gente inspirada e a adorar maratonas.” Dito e feito. Eliud Kipchoge, de 37 anos, correu a maratona de Berlim pela quinta vez, este domingo, e bateu o seu recorde do mundo. A cenourinha para o resto do planeta, e para o próprio, está agora nos 2:01:08.

O queniano é o rei da maratona, uma modalidade que correu 19 vezes, se somarmos os dois Jogos Olímpicos de 2016 e 2020 (ouro em ambos), e que somente em duas ocasiões não venceu. As únicas vezes que não acabou a correria com o maior sorriso do mundo foi em 2013 e 2020, em Berlim e Londres.

O ritmo da corrida do africano esta manhã foi impressionante e constante, cedo se percebeu que podia fazer história. E assim foi.

Desta vez, retirou praticamente meio minuto ao recorde que tinha estipulado há quatro anos, também em Berlim. “Se conseguir bater a minha marca, ainda que seja por um segundo apenas, será um grande êxito”, avisou nas vésperas.

Para alimentar ainda mais a magnitude do feito é importante referir que o segundo classificado, o queniano Mark Korir, cruzou a meta a quase cinco minutos de Kipchoge. Tadu Abate, Andamlak Belihu, ambos da Etiópia, e o queniano Abel Kipchumba encerraram o top-5.

Kipchoge, um atleta que inflama a paixão pelo atletismo em tantos, junta assim um quarto título na maratona de Berlim (que desta vez contou com o ex-futebolista Kaká), depois de o fazer em 2015, 2017 e 2018. Nas quatro participações em Jogos Olímpicos, Kipchoge amealhou quatro medalhas: as já referidas na maratona e ainda uma de bronze (2004) e outra prata (2008) nos 5.000m.

O seu longo historial de maratonas nas pernas começou em 2013, em Hamburgo, quando assinou uma marca de 2:05:30. A evolução é assombrosa.

Aos jornalistas, quando faltavam poucos dias para a corrida em território alemão, Kipchoge explicou o que era mais importante para correr bem uma maratona. “A tática mais importante e básica está durante o treino e não durante a corrida. Se treinares bem, as táticas podem correr bem. Se treinares a meio gás, até com as melhores táticas não conseguirás...”

E qual é a fórmula de um dos maiores atletas da história? “Correr com o coração e a mente.” O queniano admitiu ter reforçado a atenção ao aspeto mental: “Um ser humano é a sua mente. Quando a tua mente está bem, os teus músculos estão bem”. Foi isso mesmo que andou a magicar nestes dias, a convencer a mente a convencer os músculos e as pernas que estavam prontos. Se estavam…