O azar tinha-lhe batido à porta há duas semanas, em Halifax. Na prova mais longa do programa dos Mundiais, que no Canadá tinha um percurso em terra, Fernando Pimenta seguia isolado para o título quando um toque no leme tornou impossível a sua continuidade.
Desta vez, nos Europeus de Munique, o limiano não permitiu qualquer tipo de surpresa no K1 5000. Tomando desde logo a dianteira e evitando os habituais toques, o português foi o primeiro a cortar a meta, em 20:14.447 minutos, voltando a ser o melhor europeu na distância seis anos depois - havia sido ouro nos Europeus de 2016, em Moscovo. Em Campeonatos do Mundo, Pimenta tem dois títulos no K1 5000, em 2017 e 2018.
A prata foi para o veterano espanhol Walter Bouzan, a 3.212 segundos, o único que conseguiu acompanhar o ritmo do português, quebrando já na última viragem para a meta, no ataque final de Pimenta. O bronze ficou com o polaco Rafal Rosolski.
Bem para trás ficaram alguns dos favoritos, como o húngaro Balint Noe, 5.º a mais de meio minuto de Pimenta, ou o checo Josef Dostal, que quebrou a pagaia logo no arranque e desistiu.
Fernando Pimenta fecha assim os Europeus de Munique com três medalhas, depois do bronze nos K1 500 e da prata no K1 1000. É a 10.ª de ouro para o português em grandes competições, a 121.ª medalha em provas internacionais. Durante a manhã deste domingo, o português já tinha estado na final do K2 500 com João Duarte, terminando em 9.º.
O título de Pimenta surgiu minutos depois de Kevin Santos fazer soar o hino nacional em Munique, após a vitória no K1 200, num dia em cheio para a canoagem portuguesa.