Depois de levantar dois troféus da Taça dos Campeões Europeus com o AC Milan, em 1989 e 1990, o futebolista Carlo Ancelotti transformou-se na sombra de Arrigo Sacchi, um autêntico e fascinante roteiro espiritual, no Campeonato do Mundo de 1994. O 4-4-2 e os encantos do pressing eram então mais sagrados do que a bíblia. Foi por isso que no Parma, já emancipado, cancelou a contratação de Roberto Baggio e vendeu Gianfranco Zola ao Chelsea. Torcia o nariz aos números 10 ou àqueles que pisavam intuitivamente terrenos baldios ou por vigiar. Essa cantilena mudou quando o seu coração corou ao testemunhar o que fazia com uma bola de futebol um certo bailarino francês.
“O Zidane mudou tudo, fiz a minha equipa à volta dele. Mudei o meu estilo de futebol, devo tudo a ele”, confessou o cidadão de Reggiolo ao “Corriere dello Sport”, em 2019, sobre os tempos idos na Juventus. Hoje é o principal candidato ao cargo de selecionador brasileiro e isso diz muito sobre as ideias e, quem sabe, a forma de estar na vida.