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Liga dos Campeões

Carlo Ancelotti, o homem que fez do senso comum um estilo de vida, é a partir desta noite e mais do que nunca o mister Champions

Quando o primeiro apito soar no Manchester City-Real Madrid, a contar para a segunda mão da semifinal da Liga dos Campeões, Carlo Ancelotti vai transformar-se no homem com mais jogos no torneio, superando Alex Ferguson. A estreia europeia de Carletto, o homem mais titulado da história da competição, aconteceu em 1997, defendendo o escudo do Parma em Praga

Hugo Tavares da Silva

Adam Pretty

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Depois de levantar dois troféus da Taça dos Campeões Europeus com o AC Milan, em 1989 e 1990, o futebolista Carlo Ancelotti transformou-se na sombra de Arrigo Sacchi, um autêntico e fascinante roteiro espiritual, no Campeonato do Mundo de 1994. O 4-4-2 e os encantos do pressing eram então mais sagrados do que a bíblia. Foi por isso que no Parma, já emancipado, cancelou a contratação de Roberto Baggio e vendeu Gianfranco Zola ao Chelsea. Torcia o nariz aos números 10 ou àqueles que pisavam intuitivamente terrenos baldios ou por vigiar. Essa cantilena mudou quando o seu coração corou ao testemunhar o que fazia com uma bola de futebol um certo bailarino francês.

“O Zidane mudou tudo, fiz a minha equipa à volta dele. Mudei o meu estilo de futebol, devo tudo a ele”, confessou o cidadão de Reggiolo ao “Corriere dello Sport”, em 2019, sobre os tempos idos na Juventus. Hoje é o principal candidato ao cargo de selecionador brasileiro e isso diz muito sobre as ideias e, quem sabe, a forma de estar na vida.

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  • Em Madrid, é possível enterrar o passado. Ou tapá-lo, pelo menos
    Crónica de Jogo

    Durante muito tempo pareceu que o Real Madrid estava a preparar mais uma das suas, confortável no incómodo de dar a bola, a iniciativa e os remates ao Manchester City enquanto esperava pacientemente por uma aberta que Vinícius Jr. aproveitou. Mas, guardando o resultado em vez de o perseguir com urgência, os merengues foram empatados (1-1) pelos cityzens na 1.ª mão das meias-finais da Liga dos Campeões. No chicote que mora no pé direito de Kevin de Bruyne houve a redenção possível para o trauma dos ingleses