A chuvada que caiu sobre San Siro sussurrava coisas desavindas para os artistas, mas também para os homens normais que jogavam futebol e que encolhiam os ombros perante essa primeira infelicidade. A relva estava ensopada, as poças deram à costa como os chapéus de chuva. Os funcionários do estádio faziam buracos, implorando para a água escoar. As correrias estavam em xeque e as botas que arquitetavam ataques geométricos ou velozes ou finos, suspeitavam que estes se transformariam em meros rumores.
Benfica e Inter, o campeão em título, encontraram-se no 27 de maio de 1965 para decidir mais uma final da Taça dos Campeões Europeus. Enfiada na gloriosa e tão avisada máquina do tempo, a Tribuna Expresso conta a história desse tão importante duelo, reeditado esta terça-feira no Estádio da Luz (20h00, Eleven 1 e TVI), salpicando-a com desabafos e descobertas dos protagonistas. Germano, por exemplo, foi Beckenbauer antes de Beckenbauer. Palavra de António Simões.