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“Muitos parabéns, Pedro”. Depois de dizer que “há de aprender com a vida”, Nélson Évora felicitou o novo campeão olímpico do triplo salto

Quando se despediu dos seus últimos Jogos Olímpicos, ainda nas eliminatórias do triplo salto, em Tóquio, Nelson Évora deixara alguns recados a Pedro Pablo Pichardo. Mas, após o português vencer o ouro, o antigo campeão olímpico (Pequim 2008) parabenizou-o via redes sociais

Lusa

Pedro Pablo Pichardo e Nelson Évora, no mesmo pódio, em 2015, nos Mundiais de Pequim, quando o primeiro ainda competia por Cuba

Alexander Hassenstein/Getty

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O português Nelson Évora, campeão no triplo salto em Pequim2008, felicitou, esta quinta-feira, o compatriota Pedro Pablo Pichardo pela conquista da medalha de ouro na mesma especialidade nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, a quarta de Portugal na competição.

“Muitos parabéns, Pedro”, lê-se na publicação temporária de Nelson Évora, na sua página oficial na rede social Instagram, acrescentando “bingo para Portugal”, aludindo à conquista da quarta medalha lusa, uma de ouro, uma de prata e duas de bronze, em Tóquio 2020.

Com um salto de 17,98 metros, estabelecendo um novo recorde nacional, Pichardo tornou-se no quinto português a sagrar-se campeão olímpico, o primeiro desde 21 de agosto de 2008, quando Nelson Évora, que na terça-feira falhou a qualificação para a final de hoje, arrebatou o título, em Pequim.

Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro são os outros portugueses que conquistaram medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, na maratona, em Los Angeles 1984 e Seul 1988, e nos 10.000 metros, em Atlanta 1996, respetivamente.

Pichardo assegurou a primeira medalha de ouro para Portugal em Tóquio 2020, depois da de prata de Patrícia Mamona na prova feminina do triplo salto e das de bronze do judoca Jorge Fonseca (-100 kg) e do canoísta Fernando Pimenta (K1 1.000).

O atleta natural de Cuba, de 28 anos, efetuou o seu melhor salto, de 17,98 metros, à terceira tentativa, e bateu o seu recorde nacional por três centímetros, impondo-se ao chinês Yaming Zhu, com 17,57, e ao burquinense Fabrice Zango, com 17,47, que conquistaram as medalhas de prata e de bronze, respetivamente.

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    Um salto de 17,98 metros deu a Portugal o seu primeiro título olímpico em 13 anos. Pedro Pablo Pichardo queria mais, um recorde olímpico ou mesmo mundial, mas chegou o dia pelo qual em 2017 deixou Cuba, para poder continuar a trabalhar com o pai, para quem este título, diz, significa tudo. O saltador de 28 anos frisa que o ouro é para homenagar os portugueses, o país que o acolheu e também a avó, que lhe disse para deixar Cuba mesmo sabendo que nunca mais o iria ver, porque lá ele é um pária. Para Nelson Évora, que durante a final deu algumas indicações a Zango, de quem é amigo e com quem treinou antes dos Jogos, um pedido embrulhado em pergunta: "Ele já ganhou tudo, então porque não me deixa fazer a minha carreira em paz?"