A 5 de outubro, o Paris Saint-Germain deslocou-se ao Estádio da Luz para defrontar o Benfica. Como habitual nestas andanças europeias, a partida foi antecedida por um almoço entre membros das direções de ambos os clubes, encontro de altos cargos que discutem os mais variados temas.
Sendo o futebol palco fértil para a rumorologia e partilha de segredos que deixam de o ser, os representantes do clube francês saíram do almoço satisfeitos por não ter havido qualquer referência a um negócio que estava prestes a ser tornado público. A operação já estava a ser discutida há mais de um ano e, dias antes de ser comunicada, conseguia manter-se discreta, provando aquela cimeira o êxito dessa discrição.
Cinco dias depois do duelo em Lisboa, surgia a notícia que vinha sendo escondida: a Qatar Sports Investments (QSI) havia adquirido 21,67% do Sporting Clube de Braga. A subsidiária do fundo soberano do estado do Catar e detentora do Paris Saint-Germain comprava as ações que pertenciam à Olivedesportos, ficando com uma posição minoritária dentro do clube minhoto.
Porquê investir no emblema liderado por António Salvador? A Tribuna Expresso falou com fonte oficial da QSI, que abordou temas relacionados com a operação na condição de manter o anonimato. Os investidores do Catar “começaram por identificar Portugal” como lugar atrativo e depois “olharam para o Sporting de Braga como o clube ideal”.
Assim, o olhar para o futebol nacional deveu-se à ideia de se tratar de uma liga “significativamente subvalorizada” e que “carece de investimento”. A QSI considera Portugal “o grande viveiro de talento” da Europa e que as mudanças no futuro próximo tornam esta operação ainda mais atrativa: a centralização dos direitos televisivos “beneficiará particularmente emblemas como o SC Braga”, dizem, apontando-se também o facto de, na nova Liga dos Campeões a partir de 2024, o quinto classificado do ranking da UEFA passar a ter direito a três equipas com entrada direta na fase de grupos — Portugal é, atualmente, 7.º.