Futebol internacional

Contra um triste Manchester United, Nuno Espírito Santo matou um borrego para o Nottingham Forest

Contra um triste Manchester United, Nuno Espírito Santo matou um borrego para o Nottingham Forest
Bradley Collyer - PA Images/Getty
Em nova exibição fraca da equipa de Ten Hag, o conjunto do técnico português venceu (2-1) e terminou com 29 anos sem derrotar os red devils. Com Dave Brailsford, da INEOS, a assistir nas bancadas ao lado de Ferguson, a mediocridade voltou a ser a norma no United
Contra um triste Manchester United, Nuno Espírito Santo matou um borrego para o Nottingham Forest

Pedro Barata

Jornalista

O Manchester United a perder. O treinador questionado. A defesa é um factor de instabilidade, os atacantes marcam poucos golos, chegar aos primeiros lugares é já uma miragem. 2024 chega a Old Trafford com contornos semelhantes a tantos outros anos na última década.

Ah, mas agora está Onana como guarda-redes, quieto enquanto vê bolas entrarem na baliza. E Dave Brailsford, um dos líderes da parte desportiva da INEOS, nova responsável por decidir os destinos do futebol red devil, está na bancada, sentado ao lado de Sir Alex Ferguson. O passado e o futuro a olharem para o presente, o angustiante presente, uma época de derrotas e mediocridade, vivida entre o espalhafato ineficaz de Onana na baliza e o espalhafato ineficaz de Antony no ataque. Ah, e com Onana como guarda-redes, quieto enquanto vê bolas entrarem na baliza.

No City Ground, o United somou a quinta derrota nos últimos oito encontros — a 14.ª na temporada —, caindo por 2-1 contra o Nottingham Forest. No banco da equipa da casa, dirigindo o seu terceiro desafio no clube, Nuno Espírito Santo matou um borrego: há 29 anos que os bicampeões europeus não venciam o adversário de Manchester.

Catherine Ivill/Getty

Como Nuno Tavares o tempo todo no banco dos locais e Bruno Fernandes e Diogo Dalot a titulares nos visitantes, parte do encontro foi disputado numa zona desenhada para o conforto de NES. O Forest instalava-se, confortável, contemplando as incertezas do seu oponente.

O Manchester United não é bem uma equipa de futebol, é mais um caos generalizado, uma linha torta entre a circunstância de ter Jonny Evans a titular quando 2024 está aí à porta ou de ter investido uma fortuna em Antony, que termina 2023 somente com um golo marcado na Premier League. O futebol coletivo traduz as contradições que começam nos escritórios de Old Trafford, onde há muito se suspira por uma direção clara.

Entre o frio e a chuva, o 1-0 chegou aos 64'. Montiel, o argentino que marcou o penálti que deu o título mundial no Catar, serviu o compatriota Nico Domínguez, que atirou para o 1-0. Lá estava Onana, quieto vendo a bola entrar na baliza.

A resposta do United até foi pronta, com Garnacho a aproveitar um mau passe do guardião Turner para servir Rashford para o 1-1. Mas o empate só durou quatro minutos. Aos 82', Elanga correu e correu, dando, na entrada da área, para Gibbs-White, que atirou em arco para o 2-1 final.

O Manchester United, triste e cabisbaixo, voltou a ser derrotado. Foram 21 derrotas em 2023. Só em 1930 (28 derrotas), 1972 (25) e 1921 (24) é que o clube perdera mais vezes numa volta ao sol.

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