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A presidente da federação da Noruega tentou, mas ainda não foi desta que houve uma mulher eleita para o Comité Executivo da UEFA

Lise Klaveness era candidata ao principal órgão executivo da entidade, não via o lugar reservado, por quota, para mulheres, mas através da eleição aberta, onde nunca uma mulher conseguiu entrar. E continuará a ser assim, já que a norueguesa foi a 10.ª mais votada entre 11 candidatos, só tendo sido eleitos sete homens

Pedro Barata

Eurasia Sport Images/Getty

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No discurso que antecedeu a sua reeleição, sem oposição, para presidente da UEFA, Aleksander Ceferin falou de uma “revolução no futebol feminino na Europa”. A evolução no jogo feminino pode ser evidente, mas esse progresso ainda não chega aos lugares de poder do jogo.

Na mesa principal do congresso da UEFA há 16 homens e nenhuma mulher. No Comité Executivo da entidade máxima do futebol europeu havia, até agora, 19 homens e uma mulher, a francesa Florence Hardouin, com assento no órgão devido a uma quota reservada para uma vaga feminina.

Na reunião anual da UEFA, em Lisboa, sete novos membros do Comité Executivo foram eleitos para mandatos de quatro anos. Laura McAllister, do País de Gales, ficou com a posição reservada, por quotas, a mulheres, mas era outra a grande incógnita da manhã.

Lise Klaveness, presidente da Federação da Noruega, advogada e antiga jogadora internacional, candidatou-se às posições abertas do Comité Executivo, não ao lugar destinado somente a mulheres. Caso fosse eleita, a ex-jogadora, que surpreendeu o mundo com o discurso que fez no congresso da FIFA no ano passado, faria história e ajudaria a mascarar a enorme falta de representatividade na cúpula do jogo na Europa.

No entanto, continuará sem haver qualquer mulher eleita para o Comité Executivo, concorrendo contra homens. Na votação no Centro de Congressos de Lisboa, a norueguesa foi a 10.ª mais votada entre 11 candidatos, ficando de fora das sete vagas disponíveis - recebeu apenas 18 votos. O Comité Executivo seguirá, assim, com 19 homens e uma mulher na sua composição.

Nos corredores do congresso diz-se que a causa para os poucos votos recebidos por Lise prende-se com o facto de já haver um sueco (Karl-Erik Nilsson) e um dinamarquês (Jesper Møller Christensen, este reeleito em Lisboa) no Comité Executivo, considerando-se excessiva a presença de três representantes de federações nórdicas.

O congresso da UEFA é a reunião anual dos líderes das 55 federações-membro da entidade máxima do futebol europeu. A 47.ª edição, em Lisboa, reelegeu, sem oposição, Aleksander Ceferin para novo mandato como presidente.

No cargo desde 2016, o esloveno garantiu novo mandato, válido até 2027. Ao ser candidato único, Ceferin não foi reeleito através de votação secreta, mas sim por aclamação, através de aplausos de pé por representantes das federações, num procedimento semelhante ao efetuado na reeleição, também sem oposição, de Gianni Infantino para presidente da FIFA, há duas semanas, no Ruanda.

Na abertura dos trabalhos, falaram António Costa e Fernando Gomes. O Primeiro-ministro revelou que a Ucrânia se mantém na candidatura para o Mundial 2030, juntamente com Portugal, Espanha e Marrocos, e que Lisboa está na corrida para receber a final da Liga dos Campeões feminina de 2025.