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Futebol internacional

Agora está confirmado: Ucrânia junta-se a Portugal e Espanha na candidatura ao Mundial 2030.

Federações ibéricas comunicaram que o país de leste se une à proposta para acolher o torneio no ano do seu 100.º aniversário. Fernando Gomes diz tratar-se de “uma honra”, António Costa expressa a intenção de um “campeonato para a paz”

Pedro Barata e Lusa

NurPhoto/Getty

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A Ucrânia vai acompanhar Portugal e Espanha numa candidatura conjunta à organização do Mundial 2030 de futebol, oficializaram as federações dos dois países ibéricos. O anúncio foi feito em conferência de imprensa na sede da UEFA, em Nyon.

“A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) incorporaram a Ucrânia na candidatura para o Mundial 2030. As duas federações comunicaram a sua intenção à UEFA, que imediatamente expressou o seu total apoio”, frisaram os organismos liderados por Fernando Gomes e Luis Rubiales, em comunicado. Na conferência de imprensa na Suíça também esteve presente Nikolay Pavlov, presidente de Federação Ucraniana.

Em pleno conflito militar com a Rússia, a Ucrânia vem redimensionar a única candidatura europeia para a organização da principal competição mundial de seleções em 2030, cujo protocolo de colaboração entre FPF e RFEF já tinha sido assinado em outubro de 2020. Desde então, foram disputados dois amigáveis para promover a candidatura, um em Alvalade e outro no Metropolitano, em Madrid.

António Costa e Pedro Sánchez já reagiram ao anúncio. O primeiro-ministro português desejou um “campeonato para a paz”, numa mensagem publicada no Twitter, numa ideia sublinhada, também no Twitter, pelo presidente do governo espanhol.


A proposta foi apresentada em junho de 2021 e recebeu o apoio da UEFA. A candidatura conjunta da Inglaterra, Gales, Escócia, República da Irlanda e Irlanda do Norte, que inicialmente pretendia organizar o Mundial 2030, passou a sua intenção para o Euro 2028, ganhando assim a proposta ibérica consenso dentro da UEFA.

Portugal e Espanha enfrentam, pelo menos, a concorrência de um projeto sul-americano (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai — este com a força da comemoração do centenário do primeiro Mundial, que decorreu em 1930 no Uruguai), um africano (Marrocos) e um intercontinental (Arábia Saudita, Egito e Grécia).

“A comissão coordenadora do Mundial 2030, liderada por António Laranjo, vai passar a incluir representantes da delegação ucraniana. A candidatura de Portugal, Espanha e Ucrânia cumprirá os prazos previstos para a apresentação do seu caderno de encargos à FIFA. Acreditamos que a família do futebol mundial irá apoiar esta iniciativa”, garantiram.

O Qatar acolherá a 22.ª edição do campeonato do mundo este ano, de 20 de novembro a 18 de dezembro, seguindo-se uma inédita coorganização entre três países (Canadá, Estados Unidos e México), em 2026, e a celebração do centenário da prova, em 2030.

A escolha dos países organizadores do Mundial 2030 está prevista para o 74.º congresso da FIFA, em 2024. Portugal recebeu o Euro 2004 e a Espanha o Euro 1964 e o Mundial 1982, ao passo que a Ucrânia albergou o Euro 2012, em conjunto com a Polónia.

Na conferência de imprensa de apresentação da junção da Ucrânia a Portugal e Espanha, Fernando Gomes, presidente da FPF, disse que é “uma honra” que o país de leste faça parte da candidatura. “Desde a invasão que Portugal e a FPF foram parte de um programa para acolher famílias ucranianas. Abrimos as portas do futebol aos mais necessitados. Para alguns, incluir a Ucrânia pode ser surpreendente e inesperado, mas para nós não”, disse Fernando Gomes.


Já Luis Rubiales, presidente da Federação de Espanha, esclareceu que “já não se trata de uma candidatura ibérica”, mas sim da "candidatura europeia”. Rubiales informou que “Madrid será a sede geral da candidatura”, enquanto “Lisboa será a sede administrativa” de todo o processo.