Fórmula 1

Alex Albon despista-se, mas a Williams decide que a solução é sacrificar o companheiro de equipa (e deixá-lo fora do GP da Austrália)

Alex Albon despista-se, mas a Williams decide que a solução é sacrificar o companheiro de equipa (e deixá-lo fora do GP da Austrália)
Getty Images

Quando em discussão está a sobrevivência de uma equipa pouco sucedida, há sacrifícios que têm que ser feitos. Depois de Alex Albon ter destruído o seu Williams FW46 no primeiro treino livre em Albert Park, circuito de Melbourne, a equipa de James Vowles decidiu que o melhor seria deixar de fora, o piloto que não sofreu nenhum acidente - e Logan Sargeant foi o (in)feliz contemplado

A madrugada já ia longa em Portugal quando, no outro lado do mundo, o piloto Alex Albon, da Williams, fazia surgir a temida bandeira vermelha durante o primeiro treino livre no circuito de Albert Park, na Austrália.

Depois de perder o controlo total do carro na saída da curva 6, o piloto anglo-tailandês acabou por deslizar pela pista e embater contra as barreiras do circuito, destruindo grande parte do seu Williams FW46. Com danos difíceis de reparar, o erro de Albon comprometeu o motor e a caixa de velocidades do monolugar.

Sem um chassis de reserva que permitisse ao piloto voltar à pista, o esperado seria que Albon assistisse - tal como aconteceu durante o segundo treino livre - da garagem da Williams ao resto do fim de semana da Fórmula 1.

A Williams estaria assim dependente do fator sorte e do desempenho de Logan Sargeant, o seu companheiro de equipa, para garantir a continuação da equipa no Grande Prémio da Austrália.

A reviravolta aconteceu quando a Williams anunciou, em comunicado, que seria Logan Sargeant a ficar fora da competição e Alex Albon assumiria as rédeas da escuderia ao volante do único carro disponível - o do piloto norte-americano, que se estreou na Fórmula 1 em 2023 e terminou nos últimos lugares do campeonato, com apenas um ponto.

“Devido ao facto de um terceiro chassi não estar disponível, a equipa pode confirmar que tomou a decisão de Alex competir pelo resto do fim de semana no chassi que Logan Sargeant pilotou no TL1 e TL2”, avançava o comunicado.

James Vowles, chefe da Williams, afirmou ter tomado uma das decisões “mais difíceis” enquanto chefe da escuderia britânica. Embora dificil, referiu-se à decisão como necessária para garantir a sobrevivência da Williams, numa altura em que, a equipa luta por uma melhor posição no Campeonato Mundial de Construtores.

“O Logan não deveria sofrer por um erro que não cometeu, mas cada corrida conta quando o meio do pelotão está mais apertado do que nunca, e por isso tomámos esta decisão com base nas nossas melhores chances de marcar pontos neste fim de semana”, afirmou James Vowles.

FUTURO DE SARGEANT NA F1 POUCO OU NADA GARANTIDO

A decisão da Williams em sacrificar Logan Sargeant por um erro que foi cometido pelo seu colega de equipa veio atiçar ainda mais os rumores de que o futuro, na Fórmula 1, do piloto norte-americano pode ter os dias contados.

Apesar de James Vowles ter oferecido ao piloto a oportunidade de competir mais um ano pela Williams - após os fracos resultados obtidos no seu rookie year - o piloto não tem tido a vida facilitada para mostrar que merece continuar a competir dentro da pista. A decisão da Williams em substituir Sargeant no GP da Austrália pode acabar por refletir a falta de confiança que é depositada no piloto.

“Este é o momento mais difícil de que me lembro na minha carreira e não é totalmente fácil”, reagiu o piloto.

Tal como outros pilotos da grelha, incluindo o seu companheiro de equipa, Logan Sargeant termina o seu contrato no final do campeonato e ainda não tem um lugar garantido para o próximo ano. Quanto a Alex Albon, a decisão da Williams pode ser vista como uma tentativa de garantir que o piloto permaneça na equipa, ao mesmo tempo que a vaga na Mercedes, após a saída de Lewis Hamilton, continua por preencher.

Artigo de Mariana Jerónimo, editado por Diogo Pombo.

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