É como se, perante a previsibilidade que existe dentro das pistas na Fórmula 1, a emoção e a incerteza tivesse que vir dos bastidores. No asfalto, a monotonia reina: Max Verstappen, tricampeão mundial, vai em nove vitórias seguidas, podendo, no próximo fim de semana, chegar à dezena, igualando o recorde que o próprio estabeleceu em 2023.
Não obstante, no jogo de troca de frases que marca a vida do circo das duas rodas, as coisas andam mais animadas. Na sequência do Caso Horner, a Red Bull, equipa que manda na Fórmula 1 com punho de ferro, ficou dividida, dando asas aos rumores que apontavam a saída de Verstappen da estrutura que o acompanhou desde a estreia na categoria, primeiro na Toro Rosso e, desde maio de 2016, na Red Bull.
Surfando a onda da instabilidade, o CEO da Mercedes aproveitou para expressar a sua admiração pelo homem dos Países Baixos. Toto Wolff, que no final de 2024 verá Lewis Hamilton ir para a Ferrari, confessou que “adoraria” contar com Max, um piloto que “forçaria qualquer equipa a fazer os malabarismos necessários para o contratar”.
Em resposta, o neerlandês que foi o primeiro a ver a bandeira de xadrez nas duas primeiras corridas da temporada, no Bahrain e na Arábia Saudita, disse que era “fixe” saber do interesse da Mercedes, mas assegurou ser fiel ao contrato que, março de 2022, assinou até ao final de 2028. “Sempre me senti confortável na Red Bull. É a minha segunda família: tu não escolhes a família, escolhes os amigos”, apontou Max.
Assegurando que pretende “estar focado” na “prestação desportiva”, procurando ganhar, na Austrália, o 57.º Grande Prémio da carreira — Michael Schumacher conseguiu 91 e Lewis Hamilton vai em 103 —, Verstappen diz que a instabilidade recente “não muda nada” para si. “Estou contente com a equipa e a minha intenção é ficar aqui até ao fim”, garantiu.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt
