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Num início de época difícil para a Mercedes, a luz ao fundo do túnel chama-se George Russell

Num início de época difícil para a Mercedes, a luz ao fundo do túnel chama-se George Russell
Peter J Fox

O jovem britânico chegou à Mercedes esta época e já está a dar nas vistas. Aparentemente indiferente às dificuldades que a equipa tem apresentado, George Russell é o único piloto da grelha que conseguiu terminar todas as corridas entre os cinco primeiros classificados. Toto Wolff, chefe da equipa, mostra-se feliz com a adaptação do piloto e confiante de que tanto ele, como Lewis Hamilton, vão mudar o rumo da temporada

A nova era da Fórmula 1 não tem sorrido à Mercedes. A equipa oito vezes campeã do mundo está, neste momento e depois de sete corridas, na terceira posição do campeonato de construtores, com 134 pontos, sendo que a Ferrari segue em segundo, com 199 pontos, e a Red Bull em primeiro, com 235. Lewis Hamilton também não tem tido um campeonato fácil, a começar logo pelo facto de ter passado pelo menos cinco corridas a lidar com um carro “impossível de conduzir”, segundo descreveu Toto Wolff, chefe da equipa. O britânico está neste momento na sexta posição do campeonato de pilotos, com 50 pontos.

Mas, no meio do caos, uma pessoa tem encontrado forma de conseguir bons resultados e assinar um bom início de carreira ao serviço da equipa: George Russell. O piloto de 24 anos é o único da grelha que conseguiu terminar entre os cinco primeiros classificados em todas as corridas do mundial de 2022, o que o coloca na quarta posição do campeonato de pilotos (84 pontos).

Russell foi, durante vários anos, piloto da Academia da Mercedes, mas chegou à Fórmula 1 pelas mãos da Williams, equipa onde esteve durante as últimas três temporadas. A boa prestação da última época levou Wolff a considerar que estava na hora de dar uma oportunidade ao piloto, que ocupa este ano o lugar deixado por Valtteri Bottas.

A ligação à equipa de Brackley, que já tinha representado no Grande Prémio de Sakhir, em 2020, quando Hamilton testou positivo à covid-19, facilitou o processo de adaptação e a parceria com o sete vezes campeão do mundo.

"Ele está muito bem integrado, é quase como se estivesse aqui desde sempre", disse Wolff durante uma vídeo chamada com vários meios de comunicação. "E estou realmente feliz com os dois, como interagem, como são respeitosos um com o outro", acrescentou.

Clive Mason - Formula 1

E os resultados estão à vista. Quarto lugar no Bahrain, quinto na Arábia Saudita, terceiro na Austrália, quarto em Emilia-Romagna, quinto em Miami, terceiro em Espanha e só o Mónaco, onde terminou em quinto, conseguiu quebrar o padrão, mas sem cair dos cinco primeiros.

O seu sétimo top 5 consecutivo foi também a segunda corrida em que o carro da Mercedes mostrou melhorias e provou ser capaz de competir com as duas equipas do topo da tabela. A determinada altura da corrida, Russell sentiu-se positivo, uma vez que tinha o "carro mais rápido na pista", segundo disse ao site oficial da Fórmula 1.

Se ficou feliz por manter viva a sua série de corridas nas cinco primeiras posições? "Sim, penso que sim. Houve definitivamente muitos aspetos positivos daquela corrida. Penso que no pneu duro, antes da segunda bandeira vermelha, éramos o carro mais rápido na pista e isso foi uma etapa bastante divertida”, garantiu.

Wolff já se mostrou impressionado com Russell e está cada vez mais confiante de que tanto ele, como Hamilton, podem mudar o rumo da época 2022.

"Quando olhamos para o historial do George, a conquista do título de Fórmula 3 no seu ano de estreia e, depois, de Fórmula 2, sabíamos que ele era muito bom", continuou o austríaco. "E depois, obviamente, a escola Williams acrescentou a sua parte, pelo que nunca tivemos qualquer dúvida de que ele seria muito bom e podem ver que se está a materializar na pista. Gosto muito da sua abordagem. Ele é muito racional, quer esteja mais rápido na segunda posição ou em décimo primeiro, trata-se apenas de aplicar a ciência e de tentar tornar o carro mais rápido”.

A próxima paragem da Fórmula 1 é no Azerbaijão, entre 10 e 12 de junho. Se Russell se vai conseguir manter de novo nas cinco primeiras posições ainda não sabemos, sabemos sim que, até agora, a consistência tem sido a chave da primeira temporada do piloto ao serviço da Mercedes.

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