Caos em Saint-Étienne: derrota que confirmou descida de divisão provocou invasão de campo, tochas atiradas a jogadores e 31 feridos
JEAN-PHILIPPE KSIAZEK/Getty
O relvado foi invadido por adeptos em fúria do histórico clube francês logo após o penálti do Auxerre, que confirmou a despromoção do Saint-Étienne, 10 anos depois. As autoridades agiram com gás lacrimogéneo e seriam confirmados 31 feridos ligeiros (entre agentes da polícia e adeptos) devido à violência que irrompeu no estádio Geoffroy-Guichard
O histórico Saint-Étienne desceu à Ligue 2 e o caos instalou-se no Estádio Geoffroy-Guichard assim que o Auxerre confirmou a vitória nos penáltis, após prolongamento. Quando o derradeiro golo entrou, prontamente começou uma invasão furiosa do relvado por parte de um grupo de adeptos da casa, que perseguiu os jogadores da casa em direção ao acesso aos balneários e lançou uma série de projéteis, tochas e very-lights na direção dos futebolistas.
Segundo o “Le Parisien”, as autoridades agiram prontamente, conseguindo dispersar a multidão com gás lacrimogéneo permitindo, dessa forma, que os atletas regressassem aos balneários em segurança.
O efeito do fumo provocado pelo gás utilizado pela Polícia fez-se sentir na tribuna, onde os presentes sentiram dificuldade em respirar. Ainda foram atirados petardos para o relvado, numa altura em que não era possível ver o campo. Escreve o jornal francês que alguns “ultras” do Saint-Étienne ensaiaram ainda uma espera à equipa, fora do estádio. A loja do clube terá sido completamente saqueada.
Perante tudo isto, o treinador do adversário, Jean-Marc Furlan, mostrava a tristeza. “Não sei quanto gás lacrimogéneo tenho na garganta e não paro de chorar. Tal como os jogadores. Isto não existe senão no nosso país. De há uns meses para cá, há muita violência nos nossos estádios sem que consigamos pará-la. Há muita gente a transformar-se totalmente quando está num estádio, (…) é um pouco triste”.
De acordo com o “Le Monde”, registaram-se 14 feridos ligeiros entre as forças da ordem e 17 entre os adeptos. A governadora da região do Loire, Catherine Séguin, considerou “os atos inaceitáveis, irresponsáveis e indignos”. Já o presidente da Câmara de Saint-Étienne, Gaël Perdriau, exprimiu a sua tristeza pela “descida da ASSE à Ligue 2” e condenou os “atos perigosos, com (…) petardos por parte do público, bem como a destruição e o vandalismo”.
O Saint-Étienne perdeu nos penáltis com o Auxerre e confirmou o regresso à segunda divisão francesa, 10 anos depois.
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O Estádio Geoffroy-Guichard pode agora sofrer pesadas sanções, sendo a mais provável a interdição por um número variável de jogos. A acontecer, não será a primeira vez. No final de abril, frente ao Mónaco, já tinham sido registados problemas devido ao arremesso de petardos. O jogo frente ao Reims foi à porta fechada.
Antes, a 22 de outubro de 2021, a partida entre o Saint-Étienne e o Angers começou com uma hora de atraso devido à invasão do campo por parte de adeptos do clube da casa. O grupo fez rebentar petardos e vandalizou as balizas.
O Saint-Étienne é, a par do Paris Saint-Germain e do Marselha, o clube com mais títulos de campeão francês (10) e regressa assim à segunda divisão do país, uma década após ter sido promovido. Em 1976, foi finalista vencido da Taça dos Clubes Campeões Europeus durante o seu período mais dourado, numa equipa que tinha, por exemplo, Jacques Santini ou Dominique Rocheteau.
