Como um campeonato pode fortalecer a ideia de Europa (por Philipp Lahm)
Philipp Lahm foi campeão do Mundo pela Alemanha, em 2014, e somou mais de 100 internacionalizações pelo país. Nesta crónica olha para a história do Europeu, dos tempos da Guerra Fria e dos dois blocos até à atualidade. Considera a França a grande favorita este ano. E lembra grandes figuras como Yashin, Panenka, Platini ou Ronaldo
11.06.2021 às 8h00

KIRILL KUDRYAVTSEV/Getty
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Diz-se, por vezes, que as seleções nacionais já não acompanham os tempos modernos. Na verdade, o conceito de nação tem, historicamente, uma carga muito pesada na Europa. Mas o conceito de nação pode, se for utilizado de forma responsável, criar uma identidade. E uma competição de nações, um Campeonato Europeu, pode fortalecer a ideia de Europa através da diversão que é o futebol.
A história do Euro mostra que o desporto, no sentido mais lato, pode ter um efeito unificador. Há um ponto de encontro entre o oriente e o ocidente. O primeiro campeonato em 1960, em plena Guerra Fria, foi ganho pela União Soviética. Lev Yaschin, o "Pantera Negra" de Moscovo, é, ainda hoje, um nome familiar para os fãs de futebol. Considerado o protótipo do guarda-redes que organiza o jogo, foi o único guarda-redes a receber a honra de ser eleito Jogador Europeu do Ano.
Em 1976, a Checoslováquia tornou-se campeã europeia, em Belgrado. Durante o campeonato, a equipa derrotou a Inglaterra e a Alemanha e a Holanda, duas seleções finalistas do Campeonato do Mundo. Antonín Panenka tornou-se famoso ao enganar Sepp Maier com um chapéu na marcação de grandes penalidades. Desde então, esse tipo de penalti tem o nome do seu inventor de Praga.
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