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“Enquanto houver corridas, haverá quedas”, mas Robbie McEwen tem ideias para “mitigar o risco”: atenção às barreiras e ouvir ex-ciclistas

Robbie McEwen a ganhar, de maglia rosa, no Giro 2006
Robbie McEwen a ganhar, de maglia rosa, no Giro 2006
FILIPPO MONTEFORTE/Getty
Numa conversa com a Tribuna Expresso quando estava a embarcar num voo para o Dubai, o mítico sprinter australiano, agora comentador, fala sobre como se pode “ajudar os ciclistas” e ter corridas mais seguras. Vencedor de 12 etapas no Giro, lança a edição da corsa rosa que arranca sábado (12h30, Eurosport 1) com uma opinião clara: “Teria de acontecer algo muito estranho para que Pogacar não vencesse.”
“Enquanto houver corridas, haverá quedas”, mas Robbie McEwen tem ideias para “mitigar o risco”: atenção às barreiras e ouvir ex-ciclistas

Pedro Barata

Jornalista

Nas corridas do início do século XXI, havia um ‘fantasminha' que se intrometia entre os grandalhões nas chegadas ao sprint. Quando a velocidade aumentava e o pelotão se aproximava rapidamente da meta, a estrada enchia-se de gigantes que procuravam bloquear o caminho para os demais, gente potente e encorpada. Mas, entre os matulões, surgia um australiano pequenino, que parecia vindo do nada, invisível até surgir diante de todos. E vencer.

Robbie McEwen marcou uma era no ciclismo internacional. Poderíamos destacar as 116 vitórias, as 12 etapas ganhas no Giro e no Tour, as três camisolas verdes conquistadas na corrida francesa. Mas, talvez mais do que isso, o aussie, nascido em Brisbane em 1972, distinguiu-se pelo estilo espetacular e contra-cíclico, um pequeno sprinter de 1,71 metros a voar entre os 1,85 metros de Alessandro Petacchi e os 1,89 metros de Mario Cipollini.

Pela sua natureza ziguezagueante, esgueirando-se entre adversários nos momentos de maior tensão, McEwen é voz autorizada para falar sobre os perigos das corridas de bicicletas. Hoje comentador televisivo no grupo Warner Bros. Discovery, de que faz parte o “Eurosport”, Robbie fala com a Tribuna Expresso enquanto embarca num voo a caminho do Dubai, consciente de que muito do debate em 2024 se tem centrado nas quedas e na segurança dos ciclistas, sobretudo depois do grave acidente no País Basco que deixou parte das estrelas do pelotão internacional fora de combate, nomeadamente Jonas Vingegaard.

Pragmático, o australiano considera que “enquanto houver corridas, haverá quedas”, mas não as considera “impossíveis de prevenir”. Uma das soluções que se costuma lançar é modificar os finais de etapa, evitando estradas que curvem em cima da meta, mas McEwen, especialista das chegadas em pelotão compacto, discorda, porque “as retas longas e largas podem tornar-se muito perigosas”.

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